Número de pessoas em situação de rua passa de 335 mil no Brasil
Foto: Divulgação/Tânia Rêgo

Mais de 335 mil pessoas vivem em situação de rua no Brasil, segundo levantamento do Observatório da UFMG com base em dados de março de 2025 do Cadastro Único (CadÚnico). O número representa um aumento de 0,37% em relação a dezembro de 2024 e é 14,6 vezes maior que o registrado em 2013. O estudo alerta para a subnotificação de dados nos últimos anos e destaca o crescimento da vulnerabilidade social no país.

Região Sudeste concentra a maioria das pessoas em situação de rua

O estudo indica que a maior parte das pessoas em situação de rua vive na Região Sudeste, onde estão concentrados 63% dos casos no país. Em seguida aparecem as regiões Nordeste, Sul, Centro-Oeste e Norte. Quatro em cada dez pessoas em situação de rua estão no estado de São Paulo. As capitais com maior número de pessoas nessa condição são São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza, Salvador e Brasília.

Perfil da população em situação de rua inclui homens jovens e idosos

A maioria das pessoas em situação de rua é formada por homens, com idades entre 18 e 59 anos. Crianças, adolescentes e idosos também compõem parte significativa desse grupo. Em termos de renda, mais de 80% sobrevivem com menos de R$ 110 por mês. A pesquisa também aponta que mais da metade dessa população não completou o ensino fundamental ou não tem nenhum grau de instrução, sendo em sua maioria composta por pessoas negras.

Violência atinge em cheio quem vive nas ruas das capitais brasileiras

Entre 2020 e 2024, o Disque 100 registrou mais de 46 mil casos de violência contra pessoas em situação de rua. Os atos ocorrem principalmente em vias públicas, mas também em locais que deveriam proteger essa população, como abrigos e unidades de saúde. São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e Manaus lideram os registros de violência. A faixa etária mais atingida por esses casos é a de 40 a 44 anos.

Relatório alerta para ausência de políticas públicas efetivas

O relatório do Observatório da UFMG afirma que o cenário atual é resultado da falta de políticas públicas eficientes voltadas para moradia, trabalho e educação. Segundo o documento, o Brasil segue descumprindo os direitos básicos garantidos pela Constituição de 1988 para essa população. Em resposta, o Ministério do Desenvolvimento Social afirma que tem reforçado a atuação dos municípios e investido na rede de acolhimento por meio de programas como o Centro POP e o Creas.

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