SC descarta 160 mil vacinas e tem prejuízo de R$ 4,4 milhões
Foto: Divulgação

Santa Catarina descartou 168.392 doses de vacinas em 2024, gerando um prejuízo de R$ 4,4 milhões aos cofres públicos. A principal causa foi a baixa adesão da população, que levou à perda da validade dos imunizantes. Dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES-SC) revelam que vacinas contra Covid-19, Influenza, hepatite e sarampo foram inutilizadas antes de chegarem aos braços da população.

Mesmo com o descarte em larga escala, muitos catarinenses encontram dificuldades para se vacinar. A aposentada Olga Ester Guisasola, por exemplo, enfrentou uma verdadeira maratona em Florianópolis em busca da dose contra a Covid-19. Ela visitou postos de saúde em Jurerê, Canasvieiras e Cachoeira, mas sempre era orientada a procurar outro local, sem sucesso. Segundo relatos, essa confusão e a falta de informações claras têm afastado a população dos postos de vacinação.

De acordo com João Augusto Fuck, diretor de Vigilância Epidemiológica de SC, a baixa procura é um fator determinante para o desperdício. Nos últimos anos, o interesse da população pelas campanhas de imunização caiu consideravelmente. Com isso, muitas doses vencem antes mesmo de serem enviadas às prefeituras, o que acaba impactando diretamente o planejamento da distribuição. Ele também destacou que houve momentos de desabastecimento, quando o Ministério da Saúde enviou imunizantes apenas para determinados públicos, como crianças ou adultos, dificultando ainda mais a logística.

O prejuízo causado pelo descarte das vacinas foi significativo. Apenas da vacina contra Covid-19, 11.850 doses foram jogadas fora. A DTP, que protege contra difteria, tétano e coqueluche, e a vacina contra hepatite B também tiveram altos índices de desperdício. Em um dos lotes descartados, cada dose da vacina contra hepatite chegou a custar R$ 2.787,21, gerando uma perda de R$ 1,6 milhão somente com esse imunizante.

Mesmo diante desse cenário de desperdício, muitas cidades enfrentam dificuldades para manter os estoques abastecidos. Um estudo da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) apontou que 87% dos municípios catarinenses registraram falta de vacinas ao longo de 2024. Especialistas alertam que a ausência de campanhas educativas e a falta de informações claras sobre onde encontrar os imunizantes podem ser fatores que dificultam ainda mais a imunização da população.

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