O tsunami meteorológico, também chamado de meteotsunami, é um fenômeno raro que ocorre quando condições atmosféricas específicas geram ondas anômalas no mar, capazes de invadir a costa, arrastar embarcações e causar alagamentos. Embora tenha semelhanças com os tsunamis tradicionais, que são provocados por abalos sísmicos, o meteotsunami tem origem em forçantes meteorológicas, como rápidas quedas na pressão atmosférica e ventos intensos.
Como ele ocorre?
O fenômeno depende de uma combinação de fatores:
- Uma linha de instabilidade atmosférica precisa coincidir em velocidade com as ondas oceânicas que ela gera, criando um efeito de ressonância que amplifica o movimento das ondas.
- A direção do deslocamento dessa instabilidade deve estar alinhada com a plataforma continental e a linha da costa, permitindo que a batimetria local intensifique o fenômeno.
Essas ondas apresentam períodos mais longos que as ondas comuns, podendo durar de minutos a horas. Isso as torna mais parecidas com uma inundação costeira repentina do que com o movimento regular do mar.
Por que é raro?
O meteotsunami exige condições muito específicas para sua formação, o que explica sua baixa frequência. Em Santa Catarina, os eventos registrados ocorrem principalmente na primavera, devido ao aumento das tempestades intensas na estação.
Exemplos de ocorrências em SC
- 19/11/2009: Pântano do Sul, Florianópolis
- 16/10/2016: Balneário Rincão e Araranguá
- 29/10/2019: Balneário Rincão e Imbituba
- 11/11/2023: Praia do Cardoso, Laguna
- 25/05/2024: Porto de Imbituba
Monitoramento e estudos
Estações maregráficas da Epagri/Ciram acompanham o nível do mar em tempo real, permitindo identificar e registrar esses eventos. Dados como os coletados durante o meteotsunami de 2 de dezembro são fundamentais para entender melhor o fenômeno e reduzir seus impactos em áreas costeiras.
O estudo do tsunami meteorológico amplia o conhecimento sobre riscos climáticos, reforçando a importância do monitoramento costeiro para proteger comunidades e patrimônios naturais.
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