O Hospital Unimed Tubarão viveu uma semana histórica, marcada por uma conquista emocionante: a alta do bebê mais prematuro já tratado na UTI Neonatal da instituição. O pequeno Pedro Henrique, filho de Eduarda e Adauto, que nasceu com apenas 24 semanas de gestação e pesando 700 gramas, sobreviveu e recebeu alta da Unidade graças aos cuidados intensivos e especializados recebidos durante os quatro meses de internação.
Eduarda e Adauto tentaram engravidar por dez anos sem sucesso até recorrerem à fertilização in vitro. “Colocamos dois embriões para aumentar as chances, e deu certo: vieram os dois,” contou Eduarda.
Porém, a gestação teve intercorrências desde o início e com 24 semanas e 3 dias Eduarda entrou em trabalho de parto. Infelizmente, seu irmãozinho João veio a óbito dias após o nascimento. “Pedro Henrique nasceu melhor e foi resistindo desde o dia que nasceu,” explicou o Dr. Willian de Carvalho Esmeraldino, coordenador da UTI Neonatal. “Os cuidados iniciais incluíram incubadora, intubação, ventilação mecânica e nutrição parenteral. Hoje, com quatro meses, Pedro tem uma idade gestacional corrigida de 20 dias e pesa 2.340 gramas.”
O Dr. Willian e sua equipe enfrentaram o desafio com determinação e expertise, empregando as mais modernas tecnologias e protocolos de cuidado neonatal. Durante os quatro meses, Pedro Henrique passou por diversas etapas de cuidados críticos, incluindo quatro cirurgias e um procedimento nos olhos para tratar a retinopatia da prematuridade. Além de ventilação mecânica por cerca de 40 dias, monitoramento constante e intervenções médicas. Cada avanço, desde o ganho de peso até a capacidade de respirar de forma independente, foi celebrado como uma vitória pela equipe médica, pelos pais e pela comunidade hospitalar.
Eduarda também compartilhou sua gratidão pelo empenho da equipe médica: “Quando eu pensava que não aguentaria mais, a equipe médica estava lá, lutando pelo Pedro. Fizeram tudo que era possível e impossível. O amor que eles têm pela profissão fez toda a diferença. O Pedro é um menino muito guerreiro.”
Médico obstetra foi convidado para ser padrinho do bebê
O Dr. Murialdo Tezza, médico obstetra que realizou o parto de Pedro, compartilhou sua experiência nesta jornada desafiadora. “A gestação de Eduarda foi complexa desde o início. Ela me procurou no começo da gestação por ter realizado uma fertilização in vitro após muita dificuldade para engravidar. Desde o início, enfrentamos ameaças de aborto e, com 16 ou 17 semanas, identificamos um colo uterino curto, fator de risco para trabalho de parto prematuro,” explicou o Dr. Murialdo.
Apesar dos esforços para evitar o parto prematuro, com 24 semanas Eduarda entrou em trabalho de parto. “Internamos ela no Hospital Unimed e iniciamos o protocolo para inibição do trabalho de parto, mas, com 24 semanas e três dias, os bebês nasceram. Realizar uma cesárea nessa idade gestacional é realmente muito complicado,” relatou.
“Dos dois gêmeos, um não sobreviveu em função da idade gestacional extrema, já que o limite da viabilidade é praticamente 24 semanas. Mas Pedro sobreviveu; foi o primeiro caso na UTI da Unimed em que um bebê sobreviveu nessas condições,” destacou o obstetra.