Professor investigado por disseminar ideologia nazista é afastado do cargo por 180 dias
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O professor da rede pública estadual investigado por disseminar discurso de ideologia nazista em sala de aula, em uma escola de Imbituba, foi novamente afastado das funções públicas, agora por 180 dias. Em novembro de 2022 ele já havia sido afastado por 90 dias e, com o fim do prazo, retornado às atividades.  Porém, teria reincidido no crime investigado. O vídeo em que ele afirma ter “uma admiração muito grande pelo Hitler” repercutiu nas redes sociais esta semana.

Diante do novo caso, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), requereu pela prisão preventiva do professor, devido à reincidência, sendo o afastamento uma medida alternativa. O Juízo da 2ª Vara da Comarca de Imbituba optou pelo afastamento por 180 dias, deixando registrado que em caso de nova reincidência a prisão preventiva poderá ser decretada.

O caso está sendo acompanhado pela 40ª Promotoria de Justiça da Comarca da Capital – especializada no combate aos crimes de racismo, de ódio e intolerância. A Polícia civil de Imbituba também investiga o caso. O inquérito deve ser concluído nos próximos dias.

Sobre o caso

Na última terça-feira (14), começou a circular nas redes sociais um vídeo supostamente atual no qual o investigado diz ter “uma admiração muito grande pelo Hitler” e, instigado pelos alunos a manifestar se concordaria com o que Adolf Hitler fez, respondeu: “Sim, claro”. Na quinta-feira (16), os estudantes fizeram um protesto em frente a escola.

Em outubro de 2022, o mesmo professor teria propagado discursos de ódio e afirmações de cunho nazista em um grupo privado do WhatsApp. Ele chegou a escrever que “Hitler foi melhor que Jesus, pelo menos expurgou o que não prestava”. O caso levou a suspensão do cargo público pelo prazo de 90 dias.

A Policia Civil vinha investigando o caso desde o ano passado e a nova acusação foi anexada ao inquérito que vem sendo feito. Na época, os policias fizeram busca e apreensão com quebra do sigilo dos eletrônicos eventualmente apreendidos.

De acordo com promotor de Justiça Rodrigo Millen Carlin, o oferecimento de uma possível ação penal pelo suposto crime depende da conclusão das perícias nos equipamentos do professor aprendidos na busca e apreensão, para a conclusão do inquérito policial a ser analisado pelo Ministério Público.

O caso também está sendo acompanhado pelo Núcleo de Enfrentamento aos Crimes de Racismo e de Intolerância (NECRIM) do Ministério Público de Santa Catarina, criado em 2020 com o objetivo de dar suporte técnico e operacional às Promotorias de Justiça que apuram casos de crimes de intolerância, crimes de ódio ou ameaças motivadas por questões de raça, gênero, ideologia e religião.