Uma das cidades mais atingidas pelas fortes chuvas que caíram na região no início deste mês, São Martinho teve mais de R$ 18 milhões em prejuízos. Levantamento realizado pela Defesa Civil, com informações da Secretaria Municipal de Assistência Social e Habitação, indica ainda que oito pessoas ficaram desalojadas e outras 145 desabrigadas. Os dados foram divulgados pelo município nesta terça-feira (13).
Essa foi a maior enchente já registrada no município. Dados da Agência Nacional de Águas (ANA) mostram que o Rio Capivari atingiu a cota de 10,38 metros no dia 1º de dezembro. Isso significa que o nível do rio subiu 6,38 metros além do seu nível normal. Pelo histórico, com exceção do mês de maio, o rio local não ultrapassava seu nível de emergência (5,50 metros) há 10 anos.
No setor público, os prejuízos estimados ultrapassam R$ 7,5 milhões, entre obras de infraestrutura, instalações de saúde, educação e serviços. Enquanto na iniciativa privada, além das 62 residências que foram danificadas pelo evento climático, ocasionando prejuízo estimado aproximado de R$ 2,8 milhões, diversos setores da economia local também tiveram perdas: Agricultura (R$ 798 mil), Pecuária (R$ 3,2 milhões), Indústria (R$ 490 mil), Comércio (R$ 3,4 milhões), e Serviços (R$ 460 mil), ambas estimadas.
Ações no pós-enchente
Desde o início deste mês, servidores públicos e voluntários promoveram uma força-tarefa para restabelecer a infraestrutura, os serviços administrativos e de atendimento ao público em São Martinho. De imediato, a prioridade da Administração Pública foi atender às pessoas atingidas diretamente pela enchente. Famílias desabrigadas foram amparadas na Escola Rodolfo Rocha. Lá, permaneceram por dois dias.
Uma campanha solidária também foi criada para auxiliar aos que perderam seus pertences na cheia. Municípios vizinhos, igrejas, associações e populares engajaram na mobilização e milhares de alimentos, roupas, mobiliários, produtos de higiene e limpeza foram angariados e distribuídos às famílias.
Em paralelo, várias frentes de trabalhos foram organizadas. No Paço Municipal, onde as águas subiram até 1,70 metro, móveis, computadores e demais equipamentos foram perdidos. O mesmo – ou similar – ocorreu também em diversas estruturas da Administração, como Centro de Atendimento ao Turista, Conselho Tutelar, CRAS, Centro Público de Convivência, Ginásio Municipal de Esportes, instituições de ensino, Saúde, Junta Militar e outros.
Esses espaços foram limpos por meio de força-tarefa envolvendo servidores públicos e voluntários. Entretanto, alguns serviços acabaram comprometidos temporariamente, realocados para outras estruturas ou até mesmo suspensos para eventuais avaliações de estrutura.
Estradas danificadas
Na mobilidade viária, equipes das secretarias de Infraestrutura e Agricultura atuam desde as primeiras horas do pós-enchente para recuperar ruas e pontes que tiveram o tráfego comprometido após as fortes chuvas.
Entre as vias e travessias que receberam pronta manutenção estão: Estrada Municipal SMO-021, Estrada Municipal SMO-022, Estrada Municipal SMO-081, Estrada Municipal Max Joseph Steiner e Estrada Municipal Raimundo Sehnem.
O Estado também foi notificado sobre a ponte localizada na Rodovia SC-436, já que a responsabilidade da travessia é de responsabilidade do Governo e não do Município que, inclusive, não pode recuperar a passagem.
Agora, o município aguarda o reconhecimento do decreto de Situação de Emergência por parte do Governo Federal. Essa autenticação deve possibilitar aos moradores diretamente afetados o saque do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), linhas de créditos especiais para pessoas físicas e jurídicas e recursos para a reestruturação da Administração Pública.