O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta quinta-feira (29), em Brasília, os últimos 16 nomes que completam o gabinete ministerial do novo governo. No total, o terceiro mandato do petista contará com 37 ministérios.
O anúncio dos futuros ministros busca contemplar a formação de uma base de apoio mais robusta no Congresso, com a inclusão de nomes de partidos como PSD, MDB e União Brasil, que ficaram com ministérios como Agricultura, Minas e Energia, Comunicações, Transportes e Pesca.
O PT ainda assegurou para si pastas como Desenvolvimento Agrário e a Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência, enquanto siglas aliadas no segundo turno, como PDT e Psol, ficaram com ministérios como a Previdência Social e Povos Indígenas.
As demais pastas foram preenchidas por Lula com personalidades de destaque em suas áreas ou pessoas de confiança do presidente eleito, como Gonçalves Dias, novo titular do Gabinete de Segurança Institucional. Por oito anos, o general Gonçalves Dias foi chefe da segurança pessoal de Lula.
Foram confirmadas também duas ex-candidatas à Presidência da República que embarcaram na campanha de Lula de maneira ativa: Marina Silva, que volta a preencher o Meio Ambiente, e Simone Tebet, que ficou com o planejamento.
Os nomes anunciados nesta quinta-feira (29) foram:
- Gabinete de Segurança Institucional: Gonçalves Dias, general da reserva
- Secretaria de Comunicação: Paulo Pimenta (PT-RS), deputado federal
- Agricultura: Carlos Fávaro (PSD-MT), deputado federal
- Integração e Desenvolvimento Regional: Waldez Góes, governador do Amapá
- Pesca: André de Paula (PSD-PE), deputado federal
- Previdência: Carlos Lupi, presidente nacional do PDT
- Cidades: Jáder Filho, presidente do MDB do Pará
- Comunicações: Juscelino Filho (União-MA), deputado federal
- Minas e Energia: Alexandre Silveira (PSD-MG), senador
- Desenvolvimento Agrário: Paulo Teixeira (PT-SP), deputado federal
- Esportes: Ana Moser, medalhista olímpica no vôlei
- Meio Ambiente: Marina Silva (Rede-AC), ex-ministra e deputada federal eleita
- Planejamento: Simone Tebet (MDB-MS), senadora
- Turismo: Daniela do Waguinho (União-RJ), deputada federal
- Povos Indígenas: Sônia Guajajara, líder indígena
- Transportes: Renan Filho (MDB-AL), ex-governador e senador eleito
“Quero que vocês façam parte da história política desse país, de um momento em que tivemos essa coragem de assumir o Brasil numa situação extremamente delicada”, afirmou Lula a seus novos ministros, que o acompanharam durante o anúncio. Todos devem assumir seus postos em 1º de janeiro.
Lula acrescentou que ainda na primeira semana deve realizar uma primeira reunião de gabinete. Ele pediu aos novos ministros que sejam “democráticos” na montagem de suas equipes, garantido diversidade nos ministérios, e também que privilegiem nomes com qualificação técnica.
Primeiros nomes
Uma primeira lista com cinco nomes foi divulgada por Lula em 9 de dezembro, ainda antes de sua diplomação como presidente eleito. Nesse primeiro momento, ele era pressionado para divulgar os titulares de pastas como Fazenda e Defesa, de modo que pudessem já começar as articulações da nova administração. Na ocasião, foram anunciados os seguintes nomes:
- Casa Civil: Rui Costa, governador da Bahia
- Fazenda: Fernando Haddad, ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo
- Defesa: José Múcio Monteiro, ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) e ex-ministro de Relações Institucionais
- Justiça e Segurança Pública: Flávio Dino, senador eleito pelo Maranhão e ex-governador do estado
- Relações Exteriores: Mauro Vieira, ex-chanceler e embaixador do Brasil na Croácia
Num segundo momento, Lula tentou abarcar nomes da sociedade civil e de partidos aliados que sustentaram sua campanha. Em 22 de dezembro, foram anunciados os titulares de 16 ministérios:
- Advocacia-Geral da União (AGU): Jorge Messias (procurador da Fazenda Nacional)
- Controladoria-Geral da União (CGU): Vinícius Marques de Carvalho (Advogado e professor de direito comercial da USP. Ex-presidente do Cade)
- Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação: Luciana Santos (presidente do PCdoB)
- Ministério da Cultura: Margareth Menezes (cantora)
- Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços: Geraldo Ackmin (vice-presidente eleito)
- Ministério do Desenvolvimento Social, Assistência, Família e Combate à Fome: Wellington Dias (ex-governador do Piauí)
- Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania: Sílvio Luiz Almeida (Professor da Universidade de Columbia (EUA) e Fundação Getulio Vargas)
- Ministério da Educação: Camilo Santana (ex-governador do Ceará)
- Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos: Ester Dweck (Professora Associada do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro)
- Ministério da Igualdade Racial: Anielle Franco (professora)
- Ministério das Mulheres: Cida Gonçalves (ex-secretária Nacional da Violência contra a Mulher)
- Ministério de Portos e Aeroportos: Márcio França (ex-governador de São Paulo)
- Ministério da Saúde: Nísia Trindade (presidente da Fiocruz)
- Ministério do Trabalho e Emprego: Luiz Marinho (ex-prefeito de São Bernardo-SP)
- Secretaria-Geral: Márcio Macedo (deputado federal PT-SE)
- Secretaria de Relações Institucionais: Alexandre Padilha (deputado federal PT-SP).