O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira (23) que pretende se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na próxima semana. A declaração foi feita logo após seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York, no qual ele elogiou Lula, dizendo ter tido uma “química excelente” com o líder brasileiro durante um breve encontro.
Tradicionalmente, cabe ao presidente do Brasil abrir os trabalhos da Assembleia da ONU, e Trump falou logo em seguida. Segundo ele, o encontro com Lula, ainda nos bastidores do evento, durou cerca de 20 segundos, mas foi suficiente para firmar a intenção de uma reunião bilateral.
“Encontrei o líder do Brasil ao entrar aqui e falei com ele. Nos abraçamos. As pessoas não acreditaram nisso. Conversamos e concordamos em conversar na próxima semana. Foi muito rápido, mas uma química excelente. Isso foi um bom sinal”, afirmou o presidente norte-americano.
Tarifas e críticas
Apesar do tom amistoso, Trump reiterou críticas às tarifas impostas pelo Brasil sobre produtos dos Estados Unidos. Ele defendeu a taxação de 50% aplicada por seu governo contra mercadorias brasileiras, alegando que os EUA foram tratados de forma “injusta por décadas”.
“O Brasil tarifou os EUA de uma forma muito injusta. Fiz isso porque, como presidente, defendo a soberania e os direitos dos cidadãos americanos”, disse.
Trump também acusou o Brasil de interferir em liberdades civis, com “censura, repressão e uso do sistema judicial como arma”. Mesmo assim, afirmou que o país poderá “se dar bem” caso estreite laços com os Estados Unidos.
Resposta brasileira
O governo brasileiro rebateu, destacando que, nos últimos 15 anos, os EUA acumularam superávit de mais de US$ 400 bilhões na balança comercial com o Brasil.
Em carta, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, também respondeu às críticas. Ele negou a existência de censura no país e afirmou que as decisões da Corte visam proteger a liberdade de expressão. Barroso classificou a justificativa para as tarifas norte-americanas como uma “compreensão imprecisa dos fatos”.
“No Brasil de hoje, não se persegue ninguém”, declarou o ministro.






