Boto ajuda pescadores na captura de peixes em Laguna
Foto: Divulgação/PMI

No início de abril, pescadores do Molhe da Barra, em Laguna, contaram com a ajuda de um boto durante a pesca de tainhas, peixe típico do litoral catarinense. A interação entre humanos e animais acontece há gerações na cidade e é conhecida como pesca colaborativa. Reconhecida como patrimônio cultural imaterial de Santa Catarina desde 2018, a prática pode agora alcançar reconhecimento nacional por meio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), com apoio de pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Durante a pesca, o boto localiza o cardume por meio da ecolocalização e o conduz até o canal, onde os pescadores esperam atentos. O sinal para lançar as redes vem do próprio animal, que tira a cabeça para fora da água ou salta, indicando que os peixes estão encurralados. A cooperação beneficia ambas as partes: os pescadores conseguem capturar mais tainhas, enquanto os botos aproveitam a dispersão do cardume causada pelas redes para se alimentar com mais facilidade.

Laguna é considerada a capital nacional dos botos pescadores, título oficializado por meio da Lei 13.818/2016. Segundo a secretária de Turismo e Lazer da cidade, Bárbara Andreadis, existem cerca de 50 botos vivendo na lagoa, e aproximadamente 22 deles participam ativamente da pesca com os humanos. A cidade possui 11 pontos de observação, sendo o Molhe da Barra o mais conhecido e visitado por moradores e turistas.

Cada boto tem um nome dado pelos pescadores quando ainda são filhotes. As identificações são feitas por meio de marcas específicas no corpo do animal. Essa relação próxima permite que os pescadores reconheçam os botos individualmente e relatem suas participações na pesca como parte de um cotidiano que mistura tradição, respeito à natureza e herança cultural viva.

Foto: Divulgação

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