As exportações de Santa Catarina para os Estados Unidos caíram 19,5% em agosto de 2025, em comparação com o mesmo mês do ano anterior. O recuo ocorre após o tarifaço de 50% imposto pelo governo de Donald Trump a produtos brasileiros.
Apesar da queda, os EUA seguem como principal destino das vendas catarinenses, com embarques de US$ 119,2 milhões no mês. Os dados são do Observatório da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), divulgados nesta sexta-feira (5).
Impacto direto da sobretaxa
Segundo o economista-chefe da FIESC, Pablo Bittencourt, parte da retração já era esperada. Empresas americanas anteciparam pedidos antes da entrada em vigor das tarifas e reduziram as compras depois que os preços subiram.
“Foi uma redução significativa em agosto, mas era um movimento previsto. Nos próximos meses poderemos avaliar com mais clareza o comportamento das exportações para os Estados Unidos”, explicou Bittencourt.
Mesmo com o tombo para os EUA, as exportações globais de SC cresceram 1,54% no mês, totalizando US$ 971,4 milhões, puxadas por vendas ao México (+47,5%), Chile (+30,9%) e Argentina (+21,7%).
Madeira e móveis concentram perdas
O setor mais atingido foi o de madeira e móveis, que depende fortemente do mercado americano e trabalha com produtos personalizados. As quedas mais expressivas foram:
- Obras de carpintaria para construção: -34,9%
- Madeira compensada: -30%
- Móveis: -17,2%
- Madeira serrada: -1%
“A elevada exposição aos Estados Unidos, combinada com a produção de itens customizados, torna a situação complexa, sem perspectiva de solução no curto prazo”, disse Bittencourt.
Acumulado do ano
De janeiro a agosto, as exportações catarinenses cresceram 5,9%, alcançando US$ 7,94 bilhões, puxadas principalmente pela proteína animal.
No mesmo período, as importações subiram 2,6%, somando US$ 22,48 bilhões. A China segue como principal fornecedora, com US$ 9,58 bilhões (+2%).
Importações em agosto
Em agosto, as importações caíram 10,6%, totalizando US$ 2,75 bilhões. Entre os destaques:
🔻 Em queda
- Partes e acessórios para veículos: -12,6%
- Pneus de borracha: -29,8%
🔺 Em alta
- Fertilizantes nitrogenados: +150,9%
- Cobre refinado: +12,9%






