Depois de dez dias de mobilizações, os professores da rede municipal de ensino de Capivari de Baixo decidiram encerrar a greve da categoria. A decisão foi tomada durante uma assembleia do Sindicato dos Trabalhadores na Área da Educação da Rede Municipal de Tubarão e Capivari de Baixo (Sintermut) realizada nesta quinta-feira (31).
Com a deliberação, os profissionais retornam às escolas a partir de segunda-feira (4). A administração municipal recebeu um ofício nesta sexta-feira (1°) informando a decisão.
Entre as condições, está manter as negociações em torno da proposta apresentada pelo sindicato de reajuste na tabela, reuniões semanais com o Executivo para discutir as reivindicações e que os dias parados durante a greve não sejam descontados do salário e vale alimentação.
Um cronograma de reposição de aulas dos dias parados será elaborado conjuntamente, alinhados com a necessidade de cada escola, professores e Secretaria de Educação.
“Nossa responsabilidade neste momento de retorno às escolas é com a comunidade capivariense, uma vez que o Município, não cumpriu até o momento o compromisso de valorização com a Educação, no que diz respeito ao cumprimento do Piso do Magistério na Carreira”, diz trecho da nota divulgada pelo Sintermut.
10 dias de greve
A greve iniciou no último dia 21 de março. A principal reivindicação dos servidores da educação é a aplicação do reajuste do piso nacional do magistério no município. Além disso, eles também cobravam a revisão do plano de carreira, a incorporação das auxiliares de sala no quadro do magistério e realização de concurso público para o ingresso de novos professores.
Durante os 10 dias de mobilizações, foram realizadas passeatas pelas ruas da cidade e diversas atividades. O Sintermut também promoveu uma campanha de arrecadação de alimentos para doar às famílias em vulnerabilidade social do município.
A Justiça chegou a considerar a greve ilegal e determinou que os professores voltassem ao trabalho sob multa diária de R$ 20 mil em caso de descumprimento. Segundo o Sintermut, o sindicato não foi notificado até o momento sobre a decisão. Mesmo assim, entre as condições para o encerramento da paralisação, a categoria pede que a prefeitura retire da Justiça eventuais ações de Ilegalidade da greve.
Negociações
A greve foi encerrada sem acordo sobre a aplicação do piso nacional do magistério. De acordo com o Sintermut, as negociações dos reajustes salariais reivindicados nos últimos dias continuam.
O município já se comprometeu em realizar o concurso para o ingresso de novos professores até setembro deste ano. A prefeitura também afirmou que em abril serão iniciados os estudos para avaliar a transferência do auxiliar de sala para a carreira de professor.
Sobre os salários, a prefeitura afirma que concedeu reajuste de 10,60% para todos os servidores do município e que, para os profissionais da educação, “houve um reajuste, que somado ao 10,60%, concedeu o piso da categoria a todos os professores”. Diz ainda que “nenhum professor do município irá receber menos de R$ 3.845,63, além do vale refeição no valor de R$ 400,00”.
Deste modo, a administração municipal pede para que primeiro seja avaliado o impacto financeiro sobre os reajustes concedidos a todos os servidores. A gestão se compromete a reavaliar a possibilidade de concessão do reajuste requerido pelos professores após o fechamento das folhas dos meses de março e abril.
