Ponto de refúgio: o trauma que leva moradores de Tubarão à Catedral Diocesana
Foto: Letícia Matos

1974. A lembrança de uma tragédia volta toda vez que “o rio sobe”. Para muitos que viveram aquele momento terrível, o abrigo ficou concentrado nos arredores da Catedral. Quando o rio estava praticamente transbordando, as portas da igreja foram abertas. Na ocasião os comandantes do Exército pediram ao padre Raimundo Ghizoni para abrir as portas.

1974. Foto: Ingo Penz

2023. Com a previsão de muita chuva, as portas da Catedral já estavam abertas neste sábado (07). Um dos poucos lugares de refúgio e abrigo para os moradores de Tubarão, faz parte dos 11 abrigos que foram mapeados pela Fundação Municipal de Desenvolvimento Social (FMDS). Nesta noite de sábado (07), 78 pessoas estão desabrigadas na Cidade Azul. O Pátio de estacionamento e os arredores da Catedral estão lotados de veículos.

De acordo com o Padre Eduardo Rocha, 50 pessoas estão na Catedral Diocesana, das localidades Comasa, Pantanal, Passagem. Mesmo com mais dez locais disponíveis, o trauma leva os moradores à igreja. Confira no vídeo o depoimento do padre.

Muitas pessoas precisam de ajuda. Mesmo com toda mobilização e prevenção, doações são necessárias. A FMDS recebeu assistência comunitária da Defesa Civil do Estado, colchões e demais itens para acomodar as famílias. Neste momento, são solicitados gêneros alimentícios, de higiene pessoal e limpeza e fraldas. Os itens podem ser entregues na sede da fundação – Casa da Cidadania – Rua São Manoel 140, Centro. Fone 3621-9889.

2022. Mais de 600 vítimas de enchente na madrugada acolhidas na Paróquia Catedral Nossa Senhora da Piedade de Tubarão. Em 74 foram mais de três mil desabrigados.

2022. Foto: Decom/PMT

Já houve inundações semelhante anterior à enchente de março de 1974, no fim do século 19. Em 1894 houve uma grande cheia. Em 1928 houve uma inundação que causou sérios problemas no município. E, posteriormente, o fatídico ano de 1974, com centenas de mortos e prejuízos incalculáveis

Torre da Gratidão

Um marco histórico localizado no Campanário da Catedral Diocesana de Tubarão e é composto de um painel criado por Willy Zumblick em homenagem a todos aqueles que trabalharam para socorrer os atingidos pela enchente de 1974, que devastou a cidade.

Foto: Reprodução

Na imagem que ornamenta a torre vê-se a figura estilizada de um indígena, tendo sobre a cabeça a figura do Espirito Santo representada por uma pomba no centro de uma aura que projeta luz. Sob seus pés está a representação do mundo. Mais abaixo, um painel em alto-relevo representa os flagelados da enchente de 1974. O conjunto também é composto por três placas comemorativas.

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