PGR denuncia Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe de Estado
Foto: Divulgação/Andressa Anholete/Getty Images

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou uma denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra Jair Bolsonaro e mais 33 pessoas por tentativa de golpe de Estado em 2022. O documento aponta que o ex-presidente liderou uma organização criminosa que agiu contra a democracia com um “projeto autoritário de poder”. Se a denúncia for aceita, Bolsonaro se tornará réu e poderá responder pelos crimes de organização criminosa, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, podendo ser condenado a mais de 30 anos de prisão.

A investigação revelou que Bolsonaro e seu núcleo próximo atuaram desde 2021 para desestabilizar as instituições democráticas. O ex-presidente incentivou discursos golpistas, editou uma minuta de decreto para anular as eleições e pressionou militares a apoiar o movimento. Além disso, determinou o monitoramento do ministro Alexandre de Moraes e incentivou a manutenção de acampamentos golpistas em frente a quartéis militares.

Outro ponto da denúncia detalha que Bolsonaro teria conhecimento e concordado com um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Alexandre de Moraes. O plano, chamado “Punhal Verde Amarelo”, previa a eliminação dos opositores e o controle total dos Três Poderes. Segundo a PGR, mensagens e áudios reforçam que Bolsonaro sabia da articulação.

A delação de Mauro Cid revelou ainda que o ex-presidente interferiu diretamente no relatório das Forças Armadas sobre as urnas eletrônicas. O objetivo era manipular o documento para gerar dúvidas sobre a segurança do sistema eleitoral e alimentar sua base de apoiadores. A PGR destacou que essa estratégia foi crucial para sustentar a tentativa de golpe.

Outro nome de destaque na denúncia é o de Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro, apontado como um dos principais articuladores da trama. Ele mantinha contato direto com os manifestantes nos acampamentos e reforçava a narrativa golpista. Outros ex-ministros e militares, como Augusto Heleno, Anderson Torres e Paulo Sérgio Nogueira, também foram denunciados.

A denúncia reforça que Bolsonaro e seus aliados incentivaram os ataques de 8 de janeiro de 2023, que resultaram na invasão das sedes dos Três Poderes em Brasília. A PGR aponta que a escalada golpista foi planejada com antecedência e envolveu setores civis e militares. Agora, caberá ao STF decidir se a denúncia será aceita e se Bolsonaro e os demais investigados se tornarão réus no caso.

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