Após superar tumor cerebral, aluna da UniSul Tubarão participa da 8ª Missão Amazônia
Foto: Divulgação/UniSul Tubarão

Depois de uma carreira de 17 anos como farmacêutica, Cinthia Lunardi Maia Camilo decidiu seguir o sonho de se tornar médica, acreditando no exercício da profissão de uma forma humana. Mãe de três filhos, a aluna está na última fase do curso de Medicina da UniSul Tubarão e integrou a 8ª Missão Amazônia, que ocorreu entre os dias 12 e 23 deste mês, em comunidades à beira do Rio Tapajós, no Pará.

Junto com Cinthia, 30 estudantes das escolas AGES Jacobina (BA), AGES Irecê (BA), UNIFG Guanambi (BA), FASEH (MG), UAM Piracicaba (SP), UAM São José dos Campos (SP) e UniSul Tubarão (SC) embarcaram com a equipe de especialistas no Navio Hospital Escola Abaré, da UFOPA (Universidade Federal do Oeste do Pará). Os futuros médicos forem instruídos por oito professores e preceptores das escolas Inspirali, incluindo dois médicos egressos dos cursos de medicina do ecossistema, veteranos da Missão Amazônia, que retornaram para orientar os estudantes.

Cinthia conta a experiência que teve no Pará. Mesmo após superar um tumor cerebral, diagnosticado e tratado durante o curso, ela decidiu participar da Missão Rio Grande do Sul, que apoiou desabrigados pela enchente no estado, e agora afirma com agradecida: “A Cinthia que chegou na Amazônia não é a mesma que voltou”.

“Os ribeirinhos nos receberam com muito respeito, confiando suas vidas em nossas mãos. Mesmo com recursos escassos, ver que o pouco que pudemos oferecer foi suficiente para amenizar suas dores e trazer felicidade, me faz perceber que, às vezes, o melhor remédio é um abraço e uma palavra de conforto. Parafraseando Hipócrates: ‘Se eu puder curar, curarei. Se não puder curar, aliviarei. Se não puder aliviar, consolarei’. A Cinthia que chegou na Amazônia não é a mesma que voltou. Deixei parte de mim aqui e estou levando muito deles comigo”, detalha emocionada.

O projeto idealizado pela Inspirali, principal ecossistema de educação médica do país, dá continuidade ao atendimento e assistência à saúde para moradores destas comunidades ribeirinhas e faz um mapeamento de suas principais enfermidades. Dentro da política do SUS, a ação presta atenção primária à saúde e analisa a situação e condições de vida da população local, identificando riscos, vulnerabilidades e potencialidades para que seja possível intervir de forma mais assertiva nos problemas de saúde e necessidades da região de forma contínua.

A 8ª edição da Missão Amazônia levou consultas ginecológicas, pediátricas, cirurgias ambulatoriais e atendimentos de saúde da família em geral, incluindo diversas especialidades. Também foram realizados atendimentos por teleconsulta em parceria com as CIS (Clínicas Integradas de Saúde), da Inspirali, e a utilização de um Prontlife (Prontuário Eletrônico do Paciente), que atua na captação, armazenamento e gestão de dados para interoperabilidade de informações com o e-SUS.

“Com a Missão Amazônia, temos a oportunidade de proporcionar atendimento a estas comunidades que, por questões geográficas, têm dificuldades a assistência médica especializada. Além disso, levarmos nossos estudantes para esta experiência em que atuam, de forma consciente e supervisionada, em uma realidade totalmente diferente daquela que vivenciam em suas universidades é realmente uma verdadeira aula de comprometimento e humanização na profissão”, destaca Rodrigo Dias Nunes, diretor médico da regional sul da Inspirali.

Os moradores das comunidades também receberam aulas de educação em saúde, onde os alunos de medicina ensinam as crianças princípios básicos de higiene, como lavar as mãos, escovar os dentes, e alguns ensinamentos sobre primeiros socorros.

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