A Polícia Civil gaúcha, com o apoio da Polícia Civil de Santa Catarina, realizou com sucesso a Operação Cantina nesta segunda-feira, 29 de maio. Essa operação foi responsável por desarticular uma perigosa organização criminosa que atuava em diferentes estados, praticando diversos crimes, como lavagem de dinheiro, tráfico de drogas, porte ilegal de armas de fogo e munições, extorsões e corrupção de menores.
As ações policiais ocorreram simultaneamente em várias cidades do Rio Grande do Sul, incluindo Porto Alegre, Canoas, Cachoeirinha, Gravataí, Alvorada, Viamão, Tramandaí e Imbé. Além disso, também foram realizadas operações nos bairros Ingleses e Carianos, em Florianópolis, Santa Catarina. Ao todo, foram presas 33 pessoas durante a operação, e os policiais apreenderam veículos, armas de fogo, munições, dinheiro em espécie e outros bens relacionados às atividades criminosas.
A Operação Cantina contou com a participação de 150 policiais civis dos dois estados, com o auxílio aéreo do helicóptero da Polícia Civil gaúcha. Os resultados dessa operação foram apresentados em uma coletiva de imprensa, que teve a presença do secretário de segurança pública, Sandro Caron, do chefe de polícia, delegado Fernando Sodré, do diretor do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), delegado Carlos Henrique Wendt, do diretor da Divisão de Investigação de Narcotráfico (Dinarc), delegado Alencar Carraro, e do delegado titular da 2ª Delegacia de Investigação do Narcotráfico (2ªDIN), Rafael Liedtke.
Durante a coletiva, o secretário de segurança pública ressaltou que os grupos criminosos envolvidos em homicídios e extorsões são considerados uma prioridade para as autoridades. Ele também destacou que as prisões e apreensões de armas, drogas e dinheiro têm enfraquecido as organizações criminosas.
O chefe de polícia explicou que a Operação Cantina faz parte de uma estratégia adotada pela Polícia Civil para combater o crime organizado e desmantelar esses grupos de forma definitiva. Além disso, o delegado Rafael Liedtke revelou que as investigações tiveram início há onze meses, após a prisão em flagrante de um indivíduo na cidade de Cachoeirinha. Essa prisão levou à descoberta de uma organização criminosa bem estruturada, especializada em diversos crimes, com atuação nas zonas leste e sul de Porto Alegre e com conexões em Santa Catarina.
Segundo as informações levantadas, um dos líderes da organização, ligado a uma das facções criminosas mais ativas do Rio Grande do Sul, já esteve detido em presídios da capital e, durante esse período, trabalhou como cantineiro, estabelecendo contatos com outros membros das facções. Após sua libertação, ele recrutava outros criminosos, muitos deles já encarcerados, para auxiliarem na execução do famoso golpe dos nudes.
O esquema consistia em entrar em contato com homens de classe média/alta por meio de perfis falsos de mulheres jovens em redes sociais, obtendo fotografias das vítimas nuas. A partir disso, as lideranças da organização iniciavam uma série de extorsões graves, chegando a se passar por delegados de polícia do Rio Grande do Sul. O esquema era cuidadosamente planejado, com amplo material que contribuía para iludir as vítimas e era compartilhado entre os criminosos. Para a produção desse material, os investigados até mesmo aliciavam adolescentes, que enviavam fotos, áudios e vídeos mediante pagamento ou até mesmo ameaças.
A segunda etapa do esquema envolvia a receptação do dinheiro proveniente das extorsões por pessoas que também estavam envolvidas com a organização. Essas pessoas, posteriormente, distribuíam o dinheiro entre “laranjas” que eram remunerados pelo grupo criminoso. O dinheiro retornava, então, para os responsáveis pelas extorsões, sustentando os luxos deles e de seus familiares. Além disso, parte do lucro obtido pela organização criminosa alimentava o tráfico de drogas e armas.
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