Um estudo da Epagri avaliou a capacidade de as macroalgas Kappaphycus alvarezii, cujo cultivo vem crescendo em Santa Catarina, capturarem carbono (C) da atmosfera através da absorção do dióxido de carbono (CO2), um dos gases causadores do efeito estufa.
Os pesquisadores da Epagri usaram uma metodologia internacional para estimar e prospectar o volume de carbono que poderia ser captado pelas macroalgas, caso todas as áreas aquícolas catarinenses estivessem produzindo. Com base nesse cenário, essa cadeia produtiva poderia sequestrar 2.569,59 toneladas de carbono a cada ano.
O governo federal vem trabalhando para regulamentar o mercado de carbono. Quando esta legislação estiver estabelecida no Brasil, a venda de créditos de carbono (CC) se tornará uma realidade e poderá ser uma boa fonte de renda complementar para os produtores catarinenses de macroalgas, sem aumentar o custo de produção.
O estudo está descrito em artigo, assinado pelos pesquisadores da Epagri Alex Alves dos Santos e Luis Hamilton Pospissil Garbossa, e publicado na revista científica da Epagri, a Agropecuária Catarinense. O trabalho está disponível para livre acesso, em inglês.
Potencial bilionário no Brasil
“Alguns especialistas acreditam que o Brasil possui um potencial bilionário para se tornar um exportador de créditos de carbono, podendo gerar, aproximadamente, US$100 bilhões em receitas até 2030, com destaque para os setores agropecuário e energia”, aponta o artigo. Os autores afirmam ainda que, no Brasil, a legislação que regulamenta este mercado ainda é frágil e incompleta, mas vem sendo discutida e aprimorada.
Tramitam atualmente no Congresso Nacional sete projetos de lei para regulamentação do mercado de carbono. O objetivo é aprovar um texto final para criação do Sistema Brasileiro do Comércio de Emissões, a ser apresentado na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP-30, que acontece em Belém do Pará no próximo ano.
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