Ex-vereador de Tubarão, o empresário Ronério Cardoso Manoel foi condenado a nove anos de prisão em regime fechado por fraude, omissão de informações e apropriação indébita. A decisão é do juiz Manoel Donisete de Souza, da Vara Única da Comarca de Turvo.
Ronério é acusado de ter comprado uma indústria de arroz em Turvo. No local, agricultores depositavam suas produções para que fossem vendidas. Mas a empresa decretou falência logo em seguida e o empresário fechou as portas, deixando os produtores sem receber.
O ex-vereador seria proprietário de 95% da empresa, e o restante seria de uma sócia, Denise Morelli Manoel, também condenada. De acordo com a investigação, havia vítimas, além de Turvo, em Nova Veneza, Meleiro e no Rio Grande do Sul.
Na decisão, o juiz decidiu ainda que os réus também terão que pagar, no mínimo, R$ 2,4 milhões pelos danos ocasionados aos rizicultores, além de serem inabilitados para o exercício de atividade empresarial, que inclui assumir cargo em conselho de administração, diretoria ou gerência de empresas.
Ambos poderão recorrer em liberdade. Cabe recurso da decisão.
No processo, Ronério alegou que “não premeditou nada” e pensou que conseguiria saldar os compromissos relativos ao arroz. Segundo a decisão, Ronério Cardoso Manoel era sócio originário do empreendimento Morelli Alimentos e, com ele, permaneceu na empresa Denise Malgarezi Morelli, filha do antigo proprietário e que dava seu nome ao negócio.
Em 2012, Denise e Ronério, em comunhão de esforços, conforme o processo, passaram a dissipar o patrimônio da empresa, tanto do parque fabril quanto de dinheiro. Em seguida, deram causa à falência mesmo dispondo de recursos para saldar as dívidas, para frustar o percebimento do crédito pelos credores, mesmo quando tinham valores para tal.
Ronério foi eleito vereador em 2000, pelo PFL, e chegou a ser presidente da Câmara em 2002. Foi reeleito em 2004, desta vez pelo PDT.