O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania do Brasil emitiu uma nota oficial repudiando as acusações feitas contra a brasileira Barbara Zandômenico Perito, natural de Tubarão. Ela é alvo de uma campanha difamatória promovida por seu ex-namorado italiano, que a acusa, sem qualquer prova, de fazer parte de uma seita de mulheres que engravidam para obter pensões alimentícias. O órgão classificou as declarações como misóginas, xenofóbicas e discriminatórias, e informou que acompanha o caso em articulação com outras instituições competentes.
A história veio à tona após uma reportagem exibida pelo Câmera Aberta, telejornal da UniTV, no dia 16 de maio, que mostrou o teor das acusações feitas por Nunzio Bevilacqua, advogado e empresário italiano com negócios no Brasil. Ele declarou à imprensa italiana que a gravidez de Barbara teria sido fruto de orgias e rituais satânicos. A professora de português para estrangeiros nega as acusações e já acionou a Justiça brasileira, que concedeu medidas protetivas após o início de um processo por calúnia, difamação e perseguição.
Além de prestar solidariedade à brasileira, o Ministério dos Direitos Humanos destacou que o caso atinge não só Barbara, mas também a imagem da comunidade brasileira na Itália, especialmente das mulheres migrantes. Para o órgão, o episódio é marcado por intolerância religiosa e discursos preconceituosos que colocam em risco a dignidade de cidadãs brasileiras no exterior.
Segundo o relato de Barbara, o relacionamento com Nunzio começou após ele se matricular em seu curso de português, em 2021. Após uma aproximação pessoal e uma viagem pelo Brasil, ela engravidou. O afastamento entre os dois aconteceu durante a gestação. Barbara afirma que o ex-namorado não aceitou bem a decisão dela de ficar no Brasil para ter apoio familiar. Ainda durante a gravidez, ele afirmou que não participaria da criação da filha e não arcaria com a responsabilidade paterna.
A polêmica se agravou quando Nunzio passou a dar entrevistas na Itália, espalhando uma narrativa fantasiosa de que Barbara fazia parte de uma organização criminosa no Brasil, que enganaria homens europeus para arrancar dinheiro deles. A versão chegou a ser veiculada em uma reportagem da TV italiana RAI, que usou imagens do Brasil mescladas com cenas religiosas para sustentar a história absurda. Mesmo após a realização de um teste de DNA que confirmou a paternidade, o italiano seguiu promovendo novas acusações.
Barbara e sua defesa afirmam que Nunzio utilizou meios de comunicação e influências políticas para construir uma história infundada. Ele teria envolvido promotores, médicos, religiosos e até familiares de Barbara na narrativa. A defesa da brasileira cobra que o italiano seja responsabilizado judicialmente pelas acusações e pelo impacto causado à imagem dela e de sua filha, menor de idade.
O caso continua sendo acompanhado de perto pelo Governo Federal e ganha cada vez mais repercussão por evidenciar o preconceito enfrentado por brasileiras no exterior e o uso de difamações sem base para atacar a integridade de mulheres que se recusam a se submeter a pressões e ameaças.
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