O governo dos Estados Unidos abriu uma investigação contra o Brasil e colocou o Pix no centro das críticas. Segundo o Escritório da Representação Comercial dos EUA (USTR), o sistema de pagamentos brasileiro é um exemplo de prática comercial considerada desleal, por supostamente favorecer soluções desenvolvidas internamente em detrimento de empresas norte-americanas.
O documento da investigação menciona explicitamente que o Brasil “parece se engajar em práticas desleais com relação aos serviços de pagamento eletrônico”, citando a preferência institucional ao Pix como barreira à entrada de concorrentes estrangeiros.
Um dos casos mais emblemáticos apontados pelos EUA envolve o WhatsApp Pay, serviço controlado pela Meta. Após ser anunciado com grande expectativa em junho de 2020, o sistema teve suas operações suspensas no Brasil pelo Banco Central (BC) e pelo Cade apenas uma semana depois. Na ocasião, os órgãos alegaram que era necessário avaliar riscos ao Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) e à concorrência.
Enquanto o sistema do WhatsApp aguardava liberação, o Banco Central acelerou o lançamento do Pix, que já vinha sendo desenvolvido desde antes da pandemia. A nova ferramenta foi oficialmente lançada em novembro de 2020, e rapidamente se popularizou entre os brasileiros, oferecendo transferências instantâneas e gratuitas.
O WhatsApp Pay só teve autorização para funcionar plenamente em 2021, mas a essa altura o Pix já havia se consolidado como o principal meio de pagamentos digitais no país. A investigação dos EUA sugere que a suspensão inicial e o avanço acelerado do Pix acabaram prejudicando a adoção de soluções privadas de origem estrangeira, afetando o equilíbrio competitivo.
Além do Pix, o processo norte-americano também questiona o Brasil em temas como desmatamento, corrupção e outras barreiras comerciais. O caso pode gerar tensões diplomáticas e abrir espaço para sanções ou negociações entre os países.
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