O número de casos de câncer colorretal no Brasil deve crescer 21% entre 2030 e 2040, conforme aponta um estudo da Fundação do Câncer. O aumento será mais significativo nas regiões Centro-Oeste e Norte, onde a projeção indica um avanço de 32,7% e 31,13%, respectivamente. Já no Sudeste, a alta será menor, de 18%, mas ainda assim a região continuará registrando os maiores números absolutos de casos da doença.
O câncer colorretal, também conhecido como câncer de cólon e reto, está entre os cinco tipos mais comuns no mundo. O estudo atribui o crescimento dos casos ao envelhecimento da população brasileira, à falta de hábitos saudáveis e à inexistência de um programa nacional eficiente de rastreamento. Atualmente, não há uma recomendação oficial para exames periódicos no Brasil, ao contrário do que ocorre em países como Estados Unidos e nações europeias, que indicam a colonoscopia a cada dez anos para pessoas acima dos 50 anos.
A pesquisa analisou dados dos Registros de Câncer de Base Populacional (RCBP), do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e projeções populacionais do IBGE. A estimativa aponta que os casos da doença devem passar de 58.830, em 2030, para 71.050, em 2040. A maioria das ocorrências será entre pessoas acima de 50 anos, faixa etária considerada de maior risco. Embora a incidência da doença seja semelhante entre homens e mulheres, no Centro-Oeste e no Sul os homens apresentam uma taxa levemente superior.
A Fundação do Câncer alerta que, para reverter essas projeções, é fundamental ampliar o acesso ao diagnóstico precoce e implementar ações regionalizadas de rastreamento. Medidas como a realização de exames preventivos, maior conscientização da população e incentivo a hábitos saudáveis são essenciais para reduzir os índices da doença no país. Além disso, especialistas reforçam que políticas públicas eficazes e investimentos na infraestrutura de saúde são fundamentais para garantir atendimento adequado e evitar o agravamento dos casos.
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