A dor aguda tem uma importante função biológica no nosso organismo: é por meio dela que entendemos que algo não está certo em nosso corpo. Mas quando essa dor não é tratada e persiste por mais de três meses, pode se tornar crônica.
A dor crônica revela mais do que uma simples dor física. Ela vem acompanhada de estresse, dor emocional, depressão, entre outras condições que pioram muito a qualidade de vida do paciente. E existem diversos tipos de dores crônicas, e a mais predominante delas é a fibromialgia.
A dona de casa, Eliane Martins, descobriu a doença após os 40 anos e conta que foram anos de sofrimento: até mesmo a água do chuveiro caindo em seu corpo é motivo para dor. “Infelizmente, eu não consigo mais fazer as atividades diárias que fazia antes. Coisas como o crochê ou até mesmo cuidar das plantas me causam uma dor enorme”, revela.
A estimativa é que a fibromialgia atinja cerca de 2% a 3% da população brasileira, a maioria mulheres entre 30 e 50 anos de idade. A doença, crônica, não tem cura e, por não aparecer em nenhum exame de imagem ou sangue, é diagnosticada com a história clínica do paciente, relato de dor generalizada e a confirmação de pontos específicos dolorosos ao toque do médico.
Importância da conscientização e do diagnóstico precoce
“Quando um paciente é diagnosticado com a fibromialgia, dois pontos são essenciais: o primeiro é a atividade física e o segundo é a conscientização. Apenas quando o paciente entende a doença, ele consegue criar mecanismos para tentar deixar as crises menos frequentes e com menor intensidade”, diz o anestesista e terapeuta da dor, Dr. Ney Bianchini.
Outras doenças reumatológicas podem se manifestar associadas à fibromialgia, deixando o paciente com ainda mais dificuldade de realizar suas tarefas no dia a dia. Além disso, a depressão está presente na maior parte dos casos, trazendo prejuízos não só físicos, mas também sociais.
“Pacientes com essa condição costumam não querer ter contato social, faltam muito ao trabalho por conta das dores e possuem um quadro depressivo importante”, diz o anestesista.
Tratamento da Fibromialgia: abordagem multidisciplinar
O tratamento para dores crônicas precisa ser individual e multidisciplinar. Psicólogos, terapeutas da dor, fisioterapeutas, profissionais da educação física, todos precisam fazer parte da vida desses pacientes, além claro, das medicações.
Cada paciente, portanto, precisa de orientação médica personalizada e nem sempre um mesmo medicamento funciona para todos.
“É preciso individualizar, e muito, os tratamentos para pacientes fibromiálgicos. Não é possível generalizar. Só assim, com um tratamento adequado, podemos oferecer uma melhor qualidade de vida para esses pacientes”, conclui Dr. Ney.
