O adolescente de 16 anos, inicialmente apontado como suspeito de atirar contra uma família na noite de domingo (14), em Tubarão, foi ouvido pela Polícia Civil nesta segunda-feira (15). Ele se apresentou na Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI), prestou depoimento e foi liberado. A participação direta dele no crime foi descartada.
Três vítimas foram baleadas no atentado contra a família. Uma mulher, de 31 anos, foi alvejada na região da barriga. Graziela Antunes não resistiu e morreu no hospital. O marido dela, de 40 anos, foi baleado no braço.
O filho do casal, de dois anos, foi atingido no braço, costas e rosto. A criança está internada na UTI Neonatal do Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC). A filha de Graziela, de 11 anos, também estava na casa, mas não foi ferida.
De acordo com a delegada Jucinês Ferreira, algumas evidências apresentadas pelo garoto tiram a responsabilidade dele pelo crime. “O adolescente apresentou dados bem firmes da ausência de envolvimento dele com o fato. Nesse primeiro momento, está descartado que ele teria atirado, mas não excluída por completo a participação dele no caso”, explicou.
O jovem apresentou um álibi de que não estaria na cena do crime, cedeu o aparelho celular e tem colaborado com as investigações. Segundo a delegada, as informações sobre a relação entre o adolescente e a filha de Graziela não procedem da forma como foi inicialmente divulgado. Os dois estariam apenas conversando e não havia um namoro. A menina também deve ser ouvida pela DPCAMI.
A Divisão de Investigação Criminal (DIC) e a DPCAMI atuam na apuração do caso e realizaram diligências para identificar a autoria do ataque à família. A rixa de duas facções criminosas que atuam na região pode estar relacionada com o caso, uma vez que, o homem alvejado seria integrante de uma delas. Ele tem passagens policiais.
Sobre o crime
O atentado a tiros foi registrado por volta das 21h20, na rodovia João Alfredo Rosa, no bairro Rio do Pouso. De acordo com a Polícia Militar (PM), em depoimento inicial, o homem relatou que estava em casa com sua família quando um carro parou em frente ao imóvel e alguém o chamou pelo seu nome.
No momento em que o morador saiu na rua, houve os disparos que atingiram ele, sua esposa e seu filho. Os criminosos estariam em carro, um Volkswagen Gol branco. Em seguida, eles fugiram. Um vídeo flagrou o momento em que o veículo envolvido no caso foge por uma rua de Tubarão.
O homem socorreu a mulher e a criança e as conduziu ao hospital. A guarnição da PM se deslocava para atender a ocorrência quando encontrou o veículo que levava as vítimas. O Corpo de Bombeiros foi acionado e deu sequência ao atendimento.
A mulher sofreu três paradas cardíacas, foi reanimada pela equipe médica e colocada em coma induzido. Ela deu entrada no HNSC em estado grave, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na unidade de saúde. O bebê segue internado na UTI Neonatal.

Inicialmente, a partir do relato do homem alvejado, a Polícia Militar informou que o suspeito pelo ataque à família seria um adolescente, de 16 anos, que estava se relacionando com a enteada dele, de 11 anos. Essa suspeita foi descartada pela Polícia Civil.
Ainda conforme a PM, antes do crime, o padrasto teria ido até um campo de futebol próximo à casa da família buscar a menina, que estava conversando com o jovem. No local, teria havido um desentendimento entre os dois. A PM havia divulgado que o garoto o ameaçou e disse que pertencia a uma facção criminosa. No entanto, segundo a Polícia Civil, foi o contrário, e quem fez a afirmação foi o homem. Ambos confirmaram a versão em depoimento. O caso segue sendo investigado.
