O policial militar da reserva, Hélio Martins, 57 anos, que aparece em um vídeo admitindo ser racista, foi denunciado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) por supostos crimes de racismo, injúria racial, ameaças, agressões e violência doméstica cometidos contra a sua ex-namorada, de 26 anos. O homem também foi denunciado por injúria racial contra o filho da namorada, um menino de quatro anos.
As agressões e ofensas foram gravadas em vídeos anexados à ação penal como provas. Os registros mostram cenas de violência física e verbal e ameaças contra a mulher, além de ofensas à criança. A motivação, em todas as ocasiões, sempre esteve relacionada à questão de gênero, no contexto de violência doméstica, ou de raça.
Os crimes teriam ocorrido num período aproximado de duas semanas, em setembro, no interior do apartamento em que o denunciado vivia com a sua namorada e o filho dela em São Ludgero. Além das ofensas, o policial militar da reserva teria agredido a mulher fisicamente e a ameaçado. Sempre ele fez referências preconceituosas e menções injuriosas sobre a raça e a cor da pele da namorada e do filho dela, que são negros.
O caso veio à tona quando um vídeo gravado pela vítima, que mostra o policial proferindo ofensas de cunho racista contra ela e assumindo que ele seria racista, foi publicado por ela nas redes sociais. Um inquérito policial foi instaurado a partir da divulgação dessas imagens.
Na denúncia, a Promotora de Justiça Iara Klock Campos, da 2ª Promotoria de Justiça de Braço do Norte, entende que, em caso de condenação, as penas correspondentes às infrações penais, quando da mesma espécie, deverão ser cumpridas de forma cumulativa, sem prejuízo do cumprimento sucessivo das demais.