A cidade de Praia Grande retomou nesta quarta-feira (2) os voos de balão após 11 dias de suspensão por causa do acidente que matou oito pessoas. Para reforçar a segurança das operações, a Associação de Voos de Instrução de Balão de Ar Quente de Praia Grande (AVIBAQ) criou um boletim diário com as condições climáticas. A ideia é oferecer orientações mais precisas para os pilotos sobre vento, pressão e outros fatores relevantes para a decolagem.
O documento foi publicado no site da associação e indica as condições de voo com bandeiras nas cores verde, amarela ou vermelha, como forma de alertar sobre o nível de segurança para o dia. Além disso, a associação recomendou o uso de dois extintores de incêndio em cada balão e a presença de rádios intercomunicadores a bordo. Atualmente, 47 empresas integram a AVIBAQ e operam na região, que é um dos principais destinos de balonismo turístico do país.
Apesar da criação do boletim, a Prefeitura de Praia Grande informou que não tem poder de fiscalização sobre a atividade. O município afirma que buscou diálogo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para discutir a regulamentação do balonismo, mas, por enquanto, o setor segue sem regras específicas para voos turísticos. A Anac considera o balonismo uma atividade de alto risco e reforça que a segurança é responsabilidade direta dos operadores.
A tragédia aconteceu no dia 21 de junho, quando um balão com 21 pessoas a bordo pegou fogo logo após a decolagem. O incêndio começou, segundo o piloto, no maçarico que estava desligado dentro do cesto. O extintor disponível no local não funcionou. Quando a aeronave começou a perder altitude, alguns passageiros e o piloto pularam. Quatro vítimas morreram ao cair de cerca de 45 metros de altura, e outras quatro foram carbonizadas após o cesto cair em chamas.
A Polícia Civil segue investigando o caso. O laudo pericial vai incluir a análise de imagens do voo, depoimentos e avaliação dos equipamentos. A empresa responsável, a Sobrevoar, informou que o piloto tentou salvar todos os passageiros e que nunca havia registrado acidentes. O Ministério Público de Santa Catarina deu prazo de 10 dias úteis para que a empresa explique formalmente as circunstâncias da tragédia.
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