Uma audiência pública na tarde da última quarta-feira (20) reuniu dezenas de pessoas para debater a questão dos moradores em situação de rua em Tubarão. Gestores da prefeitura, Polícia Civil, Guarda Municipal, Ministério Público e comunidade em geral participaram do encontro.
Durante a reunião foram apresentados vários dados sobre o perfil dos moradores de rua na cidade. Um deles mostra que 97% dessas pessoas têm entre 17 e 59 anos. O levantamento também mostrou que 96% deles são do Rio Grande do Sul. Apenas 0,97% são de Tubarão, enquanto 2,73% são de outras cidades catarinenses.
Segundo a Fundação Municipal de Desenvolvimento Social (FMDS), Tubarão tem hoje entre 60 e 70 pessoas nessas condições. As discussões apresentadas tiveram como referência dados estatísticos e relatos de situações específicas em torno da questão social e de segurança pública das pessoas em situação de rua.
Um dos maiores motivos para se instalarem em Tubarão é a facilidade de acesso. As que fizeram essas pessoas a estarem nas ruas são os mais diversos, sendo que 87,7% estão relacionados ao álcool e drogas ilícitas.
“As pessoas que hoje optam por essa vida, se não houver da parte delas, o interesse de serem ajudadas, de serem encaminhadas para uma comunidade terapêutica, para um tratamento, até para uma vida diferente daquela que ela leva, nós não podemos fazer nada. Mas temos de todas as formas nos dedicado, tentando buscar uma maneira de ajudar essas pessoas. Esse é o nosso trabalho. Nós continuaremos assim, fazendo o que podemos fazer, mas esclarecendo para a sociedade que ela também tem participação nessa situação”, comenta Deka May, diretor-presidente da FMDS.
A solução para os problemas sociais e de segurança esbarram, basicamente em duas situações: leis federais que limitam as ações do município e órgãos oficiais de segurança e a própria vontade das pessoas em situação de rua, que têm o direito de aceitarem ou não os serviços sociais oferecidos pelo Poder Público.
As sugestões apresentadas na audiência foram as mais diversas. Por parte da prefeitura, a alternativa proposta é uma campanha direcionada à sociedade para evitar a doação de dinheiro (esmolas) e orientar as pessoas em situação de rua a buscar os serviços sociais do município. A união e entendimento entre os órgãos da sociedade tubaronense e a abertura de um restaurante social com apoio da União foram algumas das ideias sugeridas.
Os organizadores da audiência disponibilizaram o e-mail social@tubarao.sc.gov.br para que os participantes pudessem enviar alternativas e comentários sobre o tema debatido. O Gabinete de Gestão Integrada (GGI), que mensalmente reúne prefeitura e vários outros órgãos para discutir a segurança do município, dará continuidade a essa discussão.