Advogado de Caio Tokarski critica prisão dos prefeitos da região na Operação Mensageiro
Foto: Geraldo Bubniak/AGB

Roberto Podval, advogado do vice-prefeito de Tubarão, Caio Tokarski, criticou a prisão preventiva dos acusados na Operação Mensageiro, conduzida pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e pelo Tribunal de Justiça do Estado (TJ).

Nesta quinta-feira (13), ele concedeu entrevista exclusiva à UNITV, para o jornalista Ildo Silva da Silva.

“A prisão preventiva deve ser usada em casos de ameaça grave à sociedade. De criminosos perigosos. O Caio [Tokarski], e os demais presos, têm endereço fixo, atuação profissional destacada. Esta prisão é absolutamente desnecessária. Espero uma rápida decisão do Superior Tribunal de Justiça pela libertação do Caio”, ressalta Podval.

Para o criminalista, frisando que respeita a determinação da Justiça catarinense de impor segredo sobre as provas nos autos do processo, “toda a ação contra o Caio está baseada em delações premiadas, de homens que fizeram os acordos com o Ministério Público e com a Justiça, para não serem presos. O Supremo já decidiu que não podem haver prisões baseadas apenas em delações. Falta materialidade neste caso do Caio”, critica Podval.

Caio Tokarski está preso desde o dia 14 de fevereiro. (Foto: Reprodução/UNITV)

Membro do Movimento em Defesa da Advocacia, Podval critica ainda a decisão de prisão de um advogado em prisão de segurança máxima.

“A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) tem por dever sair em defesa do tratamento que é dado a Caio Tokarski, um advogado de formação e atuante. Vejam que o Caio foi levado para Itajaí após um incêndio na Penitenciária de Florianópolis, no final de fevereiro, que provocou a morte de três detentos. Um Homem público respeitável está sendo exposto a risco de morte, sofrendo ameaças severas”, analisa.

Caio Tokarski foi preso na terceira fase da Operação Mensageiro no dia 14 de fevereiro, juntamente com o prefeito Joares Ponticelli.

Quem é Roberto Podval?

Roberto Podval é paulista, nascido em 1965. É advogado criminalista. Atualmente é um dos expoentes desta área do Direito Criminal Brasileiro. Começou a ganhar notoriedade a partir de um embate com o então senador Antônio Carlos Magalhães, durante a CPI dos Bingos, em 2005.

Podval ingressou no Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM). O nome ganhou projeção nacional a partir da defesa de policiais militares do Carandiru, nos anos 90. Entre os casos mais emblemáticos está a defesa do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, acusados do assassinato da menina Isabela Nardoni.

É membro do Instituto dos Advogados de São Paulo (IAASP); membro do Instituto de Defesa Direito de Defesa (IDDD);  presidente do Conselho do Movimento de Defesa da Advocacia MDA), foi presidente do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCcrim).

Confira a entrevista completa: