Durante um evento realizado na quinta-feira (12), em Curitiba (PR), o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), citou o movimento separatista “O Sul é Meu País” ao lado dos governadores Eduardo Leite (RS) e Ratinho Júnior (PR). A declaração aconteceu em tom descontraído, enquanto se dirigia aos colegas como possíveis pré-candidatos à eleição de 2026.
“Daqui a pouco, se o negócio não funcionar muito bem lá para cima, nós passamos uma trena para o lado de cá e fazemos ‘o Sul é nosso país'”, disse Mello.
A fala fez referência direta ao movimento criado nos anos 1990, que defende a independência dos estados do Sul do restante do Brasil.
Movimento separatista surgiu na década de 1990
“O Sul é Meu País” foi fundado em 1992 e continua ativo com o objetivo de formar uma nação autônoma unindo Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Seus integrantes defendem que a região seria autossuficiente em gestão e arrecadação.
Na última consulta informal realizada pelo grupo, em 2017, cerca de 325 mil pessoas votaram favoráveis à ideia. Isso representa aproximadamente 2% do eleitorado da região Sul.
Presidente do movimento responde à fala de Jorginho Mello
Questionado sobre a menção feita pelo governador catarinense, o presidente do movimento, Ivan Feloniuk, afirmou que “ainda que em tom de brincadeira, a fala exprime o desejo do povo”. Ele informou ainda que o grupo prepara uma proposta de emenda à Constituição (PEC) para estabelecer um modelo federalista onde os estados teriam mais autonomia sobre suas legislações e recursos.
“A proposta visa devolver ao povo o poder de decidir sobre leis civis, penais, trabalhistas e previdenciárias de acordo com suas realidades e necessidades locais”, disse Feloniuk.
Separatismo no Sul já teve episódios históricos
Antes do movimento atual, o Sul do país já foi palco de episódios históricos que se opunham ao governo central, como a Revolução Farroupilha, no século 19, no Rio Grande do Sul, e a Guerra do Contestado, no início do século 20, entre Santa Catarina e Paraná.
Esses acontecimentos marcaram momentos de conflito regional com o poder federal, sendo frequentemente citados como antecedentes históricos por movimentos que defendem maior autonomia para a região.
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