Pesquisa aponta aumento recorde de violência política nas eleições de 2024
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

A pesquisa realizada pelas organizações Justiça Global e Terra de Direitos revelou que as eleições municipais de 2024 foram as mais violentas da última década. Entre novembro de 2022 e outubro de 2024, ocorreram 714 casos de violência política, o maior número desde o início da série histórica em 2016. Segundo as entidades, a impunidade e a falta de respostas eficazes por parte do Estado são os principais fatores que contribuíram para esse aumento expressivo.

Os dados da pesquisa indicam que, desde 2016, o número de casos de violência política tem subido consideravelmente. Em 2016, foram registrados 46 casos, subindo para 214 em 2020 e atingindo 558 em 2024. O aumento entre 2020 e 2024 foi de 344 casos, representando um crescimento de 2,6 vezes. Comparado com 2016, o aumento é de 12 vezes.

Além de assassinatos e atentados, as mulheres, cisgênero e transexuais, foram alvo de 274 casos de violência, representando 38,4% dos casos totais. As ameaças virtuais têm sido uma forma crescente de violência, com 40% das ocorrências contra mulheres sendo realizadas através das redes sociais e plataformas digitais.

A falta de uma legislação eficaz sobre o uso das redes sociais e a impunidade em muitos casos têm facilitado o crescimento da violência política virtual. Mais de 70% das ameaças registradas em 2024 foram feitas por meio de e-mails, redes sociais e outras plataformas digitais, dificultando a identificação e punição dos agressores.

Em 2024, a violência política foi a mais recorrente, com quase duas vítimas diárias. O tipo mais comum de violência foi a ameaça, com 135 casos registrados. Além disso, o Brasil registrou 27 assassinatos, 129 atentados e 224 ameaças durante o período eleitoral. Os estados com maior número de ocorrências foram São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Minas Gerais.

Especialistas apontam a necessidade de ações mais eficazes do poder público, como programas de combate à violência política, aperfeiçoamento das leis e maior segurança para os candidatos e suas equipes. As organizações também sugerem que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) adote campanhas contra discursos de ódio e violência de gênero.

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