Secretaria de Saúde traça plano de ação para aumentar índices de vacinação em Santa Catarina
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A Secretaria de Estado da Saúde (SES) definiu uma série de estratégias para ampliar a vacinação em Santa Catarina. Um plano de ações será apresentado na próxima reunião da Comissão Intergestores Bipartite (CIB) para definir ações e reforçar a conscientização da população sobre a importância de manter o Calendário Nacional de Vacinação em dia, além da vacina contra a covid-19, especialmente em crianças e adolescentes.

O tema foi detalhado em uma coletiva de imprensa na tarde desta terça-feira (26), com as presenças do secretário de Saúde, Aldo Baptista Neto; do superintendente de Vigilância em Saúde, Eduardo Macário; e do médico pneumologista, Marcio Judice. Os baixos índices vacinais têm preocupado as autoridades de Saúde dos municípios e do Estado.

“Temos vacinas disponíveis e seguras. É fundamental que as pessoas atendam a esse apelo para prevenir problemas mais graves, como tem ocorrido com as crianças”, pontua o secretário Aldo. A estratégia é confirmada pelo médico pneumologista, Márcio Judice, como uma importante ferramenta de redução do impacto no sistema de atendimento hospitalar, principalmente com relação a quadros graves de síndromes respiratórias envolvendo o público infantil.

“Todos estão acompanhando a situação de baixa procura das vacinas que acaba colocando a população em risco, traz a ameaça da reintrodução de doenças graves como a poliomielite, por exemplo. Não podemos permitir isso, precisamos resgatar a confiança da população nas vacinas e faremos em conjunto com os municípios”, reforça o superintendente Eduardo Macário.

A baixa cobertura vacinal é apontada como um dos principais fatores que tem causado a superlotação e sobrecarga nos hospitais. Santa Catarina decretou situação de emergência da saúde no início de junho devido ao problema. A ocupação de leitos de UTI neonatal e pediátrica é crítica. O aumento da demanda se deve, principalmente, ao crescimento de casos de síndrome respiratória.

Ao passo em que a demanda por atendimento aumenta, o secretário destaca que Santa Catarina nunca vacinou tão pouco. E não se trata apenas da vacinação contra a covid-19. “A negação desta vacina acabou rebaixando toda a estratégia vacinal que está no Plano Nacional de Imunização (PNI) há décadas”. O secretário citou, por exemplo, a vacinação contra a Influenza, Santa Catarina ocupa a 14ª posição em crianças de seis meses a cinco anos de idade e a 20ª posição entre gestantes – 40,1% de alcance neste público-alvo.

Secretaria de Saúde traça plano de ação para aumentar índices de vacinação em Santa Catarina
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Ações propostas

Importante destacar que entre os dias 8 de agosto a 9 de setembro serão realizadas duas campanhas: a de Vacinação contra a Poliomielite para crianças de 1 a menores de 5 anos de idade (4 anos, 11 meses e 29 dias); e a de Multivacinação para atualização da caderneta de vacinação de crianças e adolescentes menores de 15 anos (14 anos, 11 meses e 29 dias).

O principal objetivo do Estado é aproveitar essas duas grandes campanhas para vacinar crianças e adolescentes também contra a covid-19. Segundo orientação do Ministério da Saúde, não existe mais a necessidade de aguardar o intervalo de 15 dias para aplicação da vacina contra a covid-19 e demais doses do Calendário Nacional de Vacinação em crianças a partir dos 3 anos de idade. Sendo assim, as doses podem ser tomadas de forma simultânea ou com qualquer intervalo.

Além disso, durante a CIB, serão feitas as seguintes propostas aos municípios catarinenses para elevar as coberturas vacinais:

  • Ampliação dos horários de funcionamento das salas de vacinação;
  • Todo sábado é dia de vacina, com a abertura dos postos de saúde, durante o período das Campanhas, em todos os sábados;
  • Aproveitar todas as oportunidades de vacinação, em especial quando a criança ou o adolescente comparecer à unidade de saúde para a realização de consultas ou outros procedimentos, para verificar a situação vacinal;
  • Evitar barreiras de acesso como a não obrigatoriedade de comprovante de residência para a vacinação;
  • Utilizar o ambiente escolar para realizar conversas com pais/responsáveis sobre a importância da vacinação, com palestras e ações de conscientização das crianças e dos adolescentes, além da verificação das cadernetas e ações de vacinação nestes locais;
  • Que sejam reforçadas e mantidas nas escolas as recomendações das medidas de prevenção para doenças respiratórias (uso de máscara, álcool em gel, distanciamento social).