Cultivando bons hábitos: a família de Jaguaruna que prefere os livros aos meios eletrônicos

Foto: Arquivo Pessoal

Na coluna de hoje, uma daquelas história boas de serem contadas, que me enchem de orgulho e renovam a fé na humanidade. Silvio Gomes Teixeira e Endil Grassi Teixeira, pais que, sem discurso medíocre ou simbólico, se dedicam a fornecer uma educação prioritariamente analógica aos três filhos, Silvio Filho, Mateus e Ana. 

Analógico? Mas isso não seria um sinônimo de regressão? Digo e afirmo aos leitores que NÃO! O advento das tecnologias, dos meios de comunicação, tornou o ser humano parte desse todo, peça de máquina. Não há mais tempo para apreciar o belo, os por menores da vida, detalhes que só quem tem um olhar analógico percebe. O valor do toque, do contato genuíno com a natureza.

A família mora em uma área rural da cidade de Jaguaruna, e vive sob a ótica da permacultura, um sistema de planejamento de ambientes humanos sustentáveis que se utiliza de práticas agrícolas e sociais cujo planeamento implica em aplicar princípios ecológicos que podem ser usados para projetar, criar, gerir e melhorar todos os esforços realizados por indivíduos, famílias e comunidades no sentido de um futuro sustentável. 

Claro que não há extremismo, a família entende a importância da tecnologia. O pai Silvio ressalta que apesar de as crianças não possuírem aparelhos celular, haverá a hora certa de tê-los, ver televisão tem horário cerrado e nos fins de semana. As tecnologias trazem possibilidades infinitas, e isso pode ser extremamente nocivo, destrutivo, pois não há foco, é tudo difuso dentro da tela de um celular ou de um computador.

Crises de ansiedade, transtorno de personalidade, depressão, ausência de identificação pessoal, perda da identidade, são sintomas da sociedade do século XXI, o tempo da tecnologia. 

O homescooling baseado na educação clássica cristã é uma realidade na família, em que a mãe abdica do trabalho externo para ficar em casa lecionando aos filhos. A bíblia é companheira de todos os dias. Segundo Silvio e Endil, ‘’é preciso se alimentar pouco a pouco, todos os dias, daquilo que é Eterno’’. Silvinho, Mateus e Anna, este ano imergiram em variadas leituras, entre fábulas, contos, narrativas, biografias, gêneros literários diversos e de inúmeros assuntos, para que tenham um variado repertório de conhecimento. 

Depois de cada livro, a família realiza uma roda de narração oral para que o filho possa recontar toda a história e absorver de forma mais profunda o conhecimento. 

O filho mais velho, Silvio Filho gosta de sagas e epopeias lendárias. No momento está lendo o Senhor dos Anéis. Já o Mateus e a Anna preferem livrinhos riquíssimos de conteúdo e ilustrações. Segundo os pais, Anna já memorizou a Lagarta Comilona – Eric Carle. Os preferidos do Mateus são: Senhor Boaventura – J.R.R Tolkien, os da Betrix Potter e as Histórias Ilustradas dos irmãos Grimm. Todos os livros são lidos reiteradas vezes. 

Todos os dias há um horário específico para leitura em que a mãe lê um livro em voz alta aos três.

Termino essa bela história dessa família exemplar, com duas frases que retirei das redes sociais de Silvio e Endil, em postagens relativas à família:

Endil: “Assim seguimos todos os dias plantando em seus coraçõezinhos amor por aquilo que é bom, belo e virtude.”

Silvio: “Aquele que não luta pelo futuro que quer, deve aceitar o futuro que vier.”