Uma jovem de coração simples e puro

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Jovem, católica e catarinense, Albertina Berkenbrock é natural de Imaruí, município do interior no Sul do estado. Carinhosamente chamada como “a nossa Albertina” pelos fiéis da Diocese de Tubarão, a menina de 12 anos tem uma história triste e uma luta constante para se tornar a primeira santa catarinense.

No dia 20 de outubro, foi comemorado os 16 anos da beatificação de Albertina Berkenbrock. A celebração foi realizada na praça da Catedral Diocesana de Tubarão pelo cardeal José Saraiva Martins, em 2007, e reuniu cerca de 10 mil pessoas, que aplaudiram e se emocionaram com a confirmação do decreto do Papa Bento XVI: Albertina Berkenbrock é beata.

Na época, o bispo da diocese era Dom Jacinto Bergman, enquanto o pároco da Catedral era o padre Elias Della Giustina. Mas, os trâmites havia sido realizados anos antes com Dom Hilário Moser, que desengavetou o processo de beatificação de Albertina.

Para que fosse realizada a beatificação, Albertina não precisou de um primeiro milagre, já que foi considerada mártir. Para a Igreja Católica, mártir é àquela pessoa que derrama o próprio sangue em nome de um valor do evangelho, que é não pecar contra a castidade.

Uma jovem com extrema pureza e simplicidade

Devota de Nossa Senhora e São Luiz Gonzaga, padroeiro da capela que frequentava, Albertina realizou sua primeira comunhão no dia 16 de agosto de 1928. Além de comungar sempre que podia, a jovem participava da vida religiosa e se confessava regularmente. Ela cresceu em um ambiente católico, simples e puro.

Albertina ajudava seus pais em casa e na roça, e mesmo que seus irmãos a mortificavam e até lhe batiam, ela suportava tudo em silêncio. Em casa, ela era tão dócil quanto na escola, com seus colegas de turma e professores. Ela se aplicou ao estudo do catecismo, conheceu os mandamentos de Deus e seus significados, principalmente o sexto, que tange à pureza e à castidade.

O atual reitor do Santuário Diocesano Bem-Aventurada Albertina Berkenbrock, padre Auricélio Costa, comenta que a jovem sempre foi simples e com extrema pureza.

“Ela era profundamente respeitosa no ambiente familiar, servindo aos seus pais com obediência e aos seus irmãos mais novos com dedicação. Ela era muito religiosa, participando da reza diária do terço com sua família, auxiliava sua mãe na limpeza da capela de São Luís (comunidade de Imaruí) e nos enfeites do altar, e era presente nas funções religiosas que aconteciam na igreja”, diz o padre Auricélio Costa.

Da defesa de sua virgindade ao assassinato

Em 15 de junho de 1931, a menina estava à procura de um boi que fugiu da propriedade, e quando percebe alguns chifres e corre em direção a eles, nota que eram outros bois. Ela acaba encontrando Indalício Cipriano Martins, mais conhecido como Maneco, o empregado de seu pai. Ao perguntar sobre o boi desaparecido, o homem lhe dá uma pista falsa para se aproveitar da jovem no local que falou para Albertina ir.

Conforme a história local, Albertina teria seguido a indicação de Maneco, adentrando na mata e ouvido alguns ruídos que pensava ser do boi. No entanto, era Maneco que se esgueirava na mata, e a menina dá de cara com o homem, que seria seu assassino.

Maneco teria dito sobre seus desejos de abusá-la sexualmente, mas Albertina, prontamente, sabe que é errado aos olhos de Deus e recusa. O empregado tenta tomar a jovem à força, que resistiu, mas foi derrubada por ele. Derrotado pela moralidade e pureza de Albertina, o assassino acaba por matar a jovem degolada com um punhal.

Albertina morreu aos 12 anos, virgem, devota de Nossa Senhora e São Luiz Gonzaga. Sua morte causou comoção em toda a comunidade, na cidade de Imaruí e região.

Fonte: Gabriel Rodrigues – Rádio Tubá