O Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC), em Tubarão aguarda há cinco meses a liberação da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) para iniciar os serviços de radioterapia no prédio construído em frente a unidade. Esta autorização envolve a análise de toda parte de radioproteção, sendo necessário uma vistoria no local.
As chaves no novo espaço foram entregues em maio deste ano. A demora para começar a prestação dos serviços no local tem sido cobrada por setores da sociedade. “Nossa previsão era setembro, mas até o momento não recebemos sinalização do órgão”, explica Fabio Tadeu Teixeira, diretor executivo da instituição.
Segundo ele, toda a estrutura já está montada assim como o Acelerador Linear instalado e as equipes que irão trabalhar no setor treinadas para operar o equipamento usado no tratamento da radioterapia. “Teremos inicialmente uma equipe com cinco técnicos em radioterapia, três médicos radio-oncologistas, dois físicos médicos, uma enfermeira, dois técnicos de enfermagem, uma nutricionista, enfermeira estomaterapeuta, equipe de recepção e auxiliares administrativos”, explica Fabio.
A CNEN é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), criada para desenvolver a política nacional de energia nuclear. Enquanto a liberação do CNEN não chega, o HNSC também está importando equipamentos e acessórios de uso geral para área da Bélgica e Alemanha.
Sobre o novo prédio
A radioterapia faz parte do Projeto de Expansão da Radioterapia no Sistema Único de Saúde (PER-SUS), do Ministério da Saúde. O programa prevê ampliar a assistência oncológica a pacientes atendidos por diversos hospitais regionais do país. A obra teve um investimento total de R$ 8,4 milhões, recurso federal repassado diretamente para as empresas executoras do projeto.
A Unidade de Radioterapia irá impactar no atual atendimento do setor de oncologia na região. Hoje os pacientes que estão em tratamento no HNSC e necessitam de radioterapia, se deslocam para Criciúma, causando desgaste físico, psicológico e emocional.
“Hoje o hospital já tem uma equipe multidisciplinar que realiza o tratamento de quimioterapia, hormonioterapia, imunoterapia e cirurgia oncológica, sendo que a radioterapia veio para complementar o tratamento do paciente”, destaca Eloísa da Silva Souza, coordenadora de enfermagem do setor. “Com este serviço integrado avançamos na oferta e no atendimento aos pacientes, fortalecendo nossa Instituição que já é referência no setor oncológico”, acrescenta.
O HNSC tem aproximadamente 900 pacientes por mês que fazem tratamento oncológico na instituição, sendo que 20% destes necessitam de radioterapia. “E ainda temos que levar em consideração outros pacientes que fazem tratamento fora da nossa instituição e que poderão se beneficiar com o serviço”, ressalta Eloísa.
