Uma decisão da Vara Única de comarca do extremo oeste do Estado, proferida na quinta-feira, 29/6, trouxe à tona um caso chocante de abuso sexual envolvendo uma mãe e seu companheiro. Ambos foram condenados por estupro de vulnerável contra as duas filhas da mulher. O homem recebeu uma sentença de 35 anos de prisão, enquanto a mãe, ciente da situação e omissa em sua proteção, foi sentenciada a 22 anos, oito meses e seis dias. O casal cumprirá suas penas em regime fechado e também terá que pagar uma indenização de R$ 15 mil para cada vítima.
Segundo a denúncia, os abusos ocorreram entre 2020 e fevereiro de 2021. A investigação teve início quando a filha mais nova, com apenas três anos na época, foi passar alguns dias na casa do pai. Durante o banho, a criança pediu para não lavar suas partes íntimas, alegando ter “dodói do tio”. Preocupado, o pai levou a menina ao hospital, onde profissionais identificaram lesões que indicavam uma tentativa de conjunção carnal. O Conselho Tutelar foi então acionado.
A vítima relatou que sua irmã mais velha, de seis anos, também era vítima dos abusos. No entanto, a criança relutava em falar sobre o assunto e demonstrava muita tristeza, até que finalmente conseguiu se abrir com uma tia. Os abusos ocorriam durante a noite, quando o homem ficava sozinho com as crianças, aproveitando-se do fato da mãe estar trabalhando ou tomando banho.
As vítimas afirmaram ter contado para a mãe sobre os abusos, mas eram agredidas fisicamente como forma de punição, sendo repreendidas por “brigarem com o tio”. Além disso, a genitora afirmava que preferia “deixar elas do que largar ele”.
Os abusos contra a criança mais nova foram comprovados em duas ocasiões, enquanto a mais velha sofreu abusos em sete episódios.
O réu também responde a outro processo por estupro de vulnerável contra uma sobrinha e aguarda julgamento no Tribunal de Justiça do Paraná. Quanto às meninas e seu irmão, foram encaminhados para convivência com os genitores.
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