Indústria brasileira cria 910,9 mil empregos entre 2019 e 2023, revela IBGE
Foto: Roberto Zacarias/SECOM

A indústria brasileira gerou 910,9 mil novas vagas de emprego no período de 2019 a 2023, o que representa um crescimento de 12% no número de postos de trabalho. Com esse aumento, o setor atingiu o total de 8,5 milhões de pessoas empregadas em 376,7 mil empresas. Esses dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio da Pesquisa Industrial Anual, nesta quarta-feira (25).

O estudo revela uma tendência positiva com quatro anos consecutivos de aumento no número de trabalhadores na indústria, alcançando o maior patamar desde 2015, quando o setor empregava 8,1 milhões de pessoas. No entanto, ao comparar com o ano de 2014, a indústria ainda apresenta um recuo de 3,1%, o que significa uma queda de 272,8 mil vagas de emprego ao longo de uma década.

Setor alimentício é o grande destaque

A pesquisa aponta que a fabricação de produtos alimentícios foi a área que mais gerou postos de trabalho, com um acréscimo de 373,8 mil ocupações entre 2019 e 2023. Esse crescimento fez com que o setor alimentício somasse 2 milhões de trabalhadores, representando 23,6% do total de empregos na indústria brasileira — ou seja, uma em cada quatro pessoas ocupadas no setor. O analista do IBGE, Marcelo Miranda, destaca que o crescimento do setor pode ser impulsionado pela demanda interna e externa, especialmente em mercados internacionais, com destaque para a carne bovina.

Recuos e diferenças entre os setores

Por outro lado, dois segmentos apresentaram quedas no número de empregados entre 2019 e 2023: a fabricação de coque, derivados do petróleo e biocombustíveis (-106,2 mil vagas) e a impressão e reprodução de gravações (-3 mil vagas). O levantamento também revelou que, em média, as empresas industriais empregam 23 trabalhadores, com grandes variações entre os setores. Por exemplo, na indústria extrativa, como a exploração de petróleo, a média chega a 436 trabalhadores por empresa.

Remuneração e receitas

Em relação à remuneração, o estudo do IBGE apontou que a indústria brasileira manteve uma média de 3,1 salários mínimos mensais, o que representa o mesmo valor registrado em 2019 e 2022, mas abaixo dos 3,5 salários mínimos de 2014. A indústria extrativa, no entanto, se destacou com salários mais elevados, acima da média geral.

Em 2023, a indústria brasileira registrou uma receita líquida de vendas de R$ 6,45 trilhões, sendo que 67,9% desse valor foi gerado por empresas com 500 ou mais empregados. A contribuição da indústria ao Produto Interno Bruto (PIB) foi estimada em R$ 2,4 bilhões, com a indústria alimentícia liderando a participação no valor de transformação industrial, com 16,8% do total.

Em relação aos últimos 12 meses, o setor industrial apresentou um crescimento de 2,4%, com destaque para os estados do Pará (9%), Santa Catarina (7,4%) e Paraná (5,6%). No entanto, alguns locais, como o Rio Grande do Norte (-6,6%) e o Espírito Santo (-5,2%), enfrentaram quedas expressivas.