Desde sua criação em 27 de outubro de 1999, a Central Estadual de Transplantes de Santa Catarina, conhecida como SC Transplantes, já beneficiou mais de 23 mil pessoas com a doação de órgãos, tecidos e células. Reconhecido como um dos estados pioneiros na regulamentação desse processo no Brasil, Santa Catarina possui um sistema totalmente estruturado, fundamentado em critérios técnicos e vinculado à Secretaria de Estado da Saúde (SES).
A solidariedade da população de Santa Catarina é crucial nesse contexto. O estado se destaca pela baixa taxa de não autorização familiar, com apenas 33%, bem abaixo da média nacional de 45%.
“A doação de órgãos salva vidas. É resultado de um trabalho de união entre a população, o Estado e as equipes de Saúde, que muito nos orgulha””, destaca o governador Jorginho Mello.
O SC Transplantes é uma política pública que tem alcançado resultados expressivos ao longo dos anos, ganhando destaque em nível estadual e nacional. O apoio do governo é vital, proporcionando uma estrutura que garante atendimento e transporte ágil e seguro para a população.
“O SC Transplantes é uma Política de Estado que há muitos anos alcança índices importantes e se destaca no cenário de doação e transplante no estado, no país e no mundo. E o Governo do Estado é fundamental nesse processo, pois proporciona uma estrutura de atendimento e de transporte terrestre e aéreo que atende a população do território catarinense e de outros estados, de forma segura e célere”, destaca o secretário de Estado da Saúde, Diogo Demarchi.
Um Legado de Conquistas
Criada pelo Decreto Estadual nº 553/1999, a SC Transplantes começou a operar após autorização do Ministério da Saúde, coordenando as atividades de transplante no estado. Ela gerencia listas de receptores e processos de doação e distribuição de órgãos e tecidos, além de formular políticas voltadas para o setor.
“O início da atividade de transplante em Santa Catarina remonta a década de 1970, quando foram realizados os primeiros transplantes de córnea e de rim. Com a autorização do funcionamento da Central de Santa Catarina, ganhou-se regulação e corpo, porque passa a funcionar como um sistema estadual e organizado”, explica o médico intensivista Joel de Andrade, que coordena a SC Transplantes desde 2005.
O Coração da Iniciativa
A SC Transplantes é o núcleo central do sistema de doação e transplante. Cada caso de suspeita ou confirmação de morte encefálica é notificado à Central, que possui uma equipe disponível 24 horas para avaliação.
“Aqui recebemos todas notificações de potenciais doadores em morte encefálica e fazemos uma avaliação da possibilidade desse paciente ser doador ou não. se há contraindicação, como doenças infecciosas ou neoplasias que possam ser transmitidas para os receptores, o doador não é validado. Este é o primeiro filtro de segurança”, afirma Rafael Lisboa, médico intensivista e coordenador adjunto da SC Transplantes.
Se o paciente for elegível, é feita uma abordagem com a família para a autorização da doação. Uma amostra de sangue é testada para doenças infecciosas, e, caso não haja contraindicações, coordena-se a remoção dos órgãos.
A Central também realiza auditorias e capacitações constantes para as equipes envolvidas, garantindo um alto padrão de qualidade no atendimento. Atualmente, 69 instituições hospitalares estão integradas ao sistema, que abrange 36 estabelecimentos de saúde, muitos dos quais realizam diversos tipos de transplantes.