A Polícia Civil de Santa Catarina prendeu um homem que aplicava golpes contra idosos para ostentar vida de luxo. Ele abordava as vítimas nas agências de autoatendimento do Banco do Brasil, supostamente para oferecer ajuda, e depois enganava os idosos e fazia saques, empréstimos e transferências para contas de terceiros.
Segundo a investigação há pelo menos quatro vítimas em Tubarão e uma em Imbituba. Os crimes na região ocorrem em março e junho de 2021. Apenas em Santa Catarina, já foi identificado que o criminoso aplicou golpes em 25 agências. O investigado também teria cometido crimes em outros estados como Bahia, São Paulo, Paraná.
A prisão ocorreu na última quarta-feira (8), em Miracatu (SP). A ação foi realizada pela Delegacia de Balneário Piçarras, onde também houve vítimas do golpe. Dada à atuação do criminoso, que agiu em muitas cidades catarinenses, o inquérito policial será instaurado pela Divisão de Estelionatos e Defraudações, da Diretoria de Investigações Criminais (DEIC).
Como funcionava o golpe
O golpista ia até a sala de autoatendimento do Banco do Brasil, geralmente no horário da manhã, para vigiar os idosos que estavam utilizando os caixas. Ele se aproveita da vulnerabilidade deles para ludibriá-los, haja vista a dificuldade que normalmente encontram para utilização dos caixas, decorrente da falta de habilidade com equipamentos eletrônicos.
Ele ia até um caixa eletrônico, fingia usar uma das máquinas e emitir um papel, supostamente retirado do equipamento. No papel consta informação sobre a necessidade de recadastramento da biometria.
Ele ficava aguardando a saída do Idoso do caixa para então fazer a abordagem. O criminoso dizia a vítima que ela precisava recadastrar sua biometria, caso contrário, seria cobrado uma tarifa bancária de aproximadamente R$ 79,00. O golpista entregava o papel para o idoso e depois oferecia ajuda.
Enquanto fingia ajudar a vítima, valendo-se do seu conhecimento do sistema do Banco do Brasil, sem que a vítima perceba, preparava a máquina para que efetuesse uma transferência de valores. Quando o idoso colocava o dedo sobre o espaço da biometria, a transação já se efetiva e o dinheiro imediatamente saía da conta da vítima e ia para as contas escolhidas pelo autor.
O golpista ainda usava conta de “laranjas”, que imediatamente sacavam o dinheiro ou transferiam para outras contas, como forma de pulverizar e diluir a quantia, para dificultar o rastreamento e bloqueio dos valores integralmente.
Quando não existia valor expressivo na conta do idoso, o autor contraía empréstimos em nome da vítima, deixando a solicitação pronta na máquina, só esperando a confirmação da biometria da vítima. Quando o idoso colocava o dedo, acreditando estar cadastrando sua biometria, autoriza a transação com a sua digital e efetiva a fraude planejada pelo criminoso.