Quatro integrantes de facção criminosa são condenados por duplo homicídio em Laguna
Foto: Divulgação

O Tribunal do Júri da Comarca de Laguna condenou quatro integrantes de uma facção criminosa por dois homicídios duplamente qualificados. O crime ocorreu em março de 2020, na Praia do Sol, em Laguna. A sessão de julgamento durou 15 horas e só terminou na madrugada desta quinta-feira (10).

As penas de três dos réus foram de 24 anos de reclusão em regime inicial fechado. O trio já havia sido condenado anteriormente em primeiro grau por integrar organização criminosa. O quarto réu teve uma pena maior, de 37 anos e 10 meses de reclusão, por ele ter sido sentenciado neste julgamento, também, por organização criminosa com pena agravada por ter atuado como “disciplina” do grupo criminoso, que envolve menores de idade e usa armas de fogo nas atividades.

A denúncia foi apresentada pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). Ainda cabe recurso pelas defesas.

Sobre o crime

No dia do crime, Anderson Luís Barroso e Willian Strunck Braz foram executadas a tiros em uma emboscada que teve atuação dos quatro réus: Bruno André Moraes Dos Santos, João Lucas Cardoso Leal, Lucas Martins de Oliveira e Gilliard Corrêa. As investigações comprovaram que as vítimas foram “condenados à morte” pela facção criminosa, porque integrariam um outro grupo, simpatizante da organização rival a dos réus.

Gilliard desempenhava a função de “disciplina geral de Laguna”, na facção criminosa, e forneceu a arma de fogo para os homicídios, inclusive delegou a entrega a um adolescente. Essas circunstâncias levaram ao agravamento da sua pena pelo crime de participação em organização criminosa, já que ele ocupava uma posição de comando, usou de arma de fogo para a prática de crimes e envolveu um menor de idade na ação criminosa.

As vítimas costumavam comprar drogas de Lucas desde que vieram do Rio Grande do Sul no ano anterior para morar em Tubarão. Os dois foram atraídas ao local do crime, uma área deserta, porque acreditavam que lá encontrariam outro traficante. O negócio foi intermediado por Lucas, que alegou “aos seus clientes” estar sem entorpecentes para fornecer a eles.

No local foram alvejados por diversos disparos de arma de fogo, sem chance de defesa. As circunstâncias em que os assassinatos foram praticados levaram o Ministério Público a denunciar os acusados por dois homicídios duplamente qualificados: por meio de emboscada e por motivo torpe, a rivalidade entre as organizações criminosas.