Usuários do transporte coletivo de Laguna foram pegos de surpresa nesta terça-feira, 9, com a redução dos horários de circulação dos ônibus. Essa medida foi adotada pela Lagunatur, a concessionária responsável pelo serviço municipal, como forma de conter os gastos.
A empresa vem enfrentando prejuízos mensais que variam entre R$ 195 mil e R$ 210 mil e não possui estoque de combustível suficiente para manter todos os itinerários. A prefeitura municipal foi informada da decisão da transportadora, que opera com a concessão vencida desde 2020 e busca meios para sobreviver financeiramente. Segundo Adriano Gulin que é o diretor da empresa, foi cogitado a possibilidade de encerrar as atividades da Lagunatur, ideia que já vinha sendo discutida há três anos. No entanto, o foco principal é manter a operação de alguma forma para não deixar a cidade sem esse serviço essencial.
No final de abril, a Lagunatur recebeu a notificação de um repasse como subsídio para a gratuidade de idosos. O valor de R$ 307,3 mil, que ainda não entrou no caixa da empresa, faz parte de uma quantia destinada pela União aos governos estaduais para ser repassada às operadoras intermunicipais. Esse montante ajuda, mas não é suficiente para reduzir o déficit operacional que assombra a transportadora.
A circulação de ônibus se tornou um desafio oneroso para prefeituras e empresas em várias cidades. Em Imbituba, a empresa Santo Anjo conseguiu um subsídio mensal, enquanto em Garopaba uma nova licitação concedeu à Expresso Garopaba a responsabilidade pelo serviço, custeado pela prefeitura local através da tarifa zero nos coletivos. A Lagunatur pleiteou medidas semelhantes, mas, até o momento, o mais próximo que conseguiu foi o depósito da verba federal liberada excepcionalmente pela União para o município como subsídio à gratuidade dos idosos.
Diante desse cenário, a prefeitura de Laguna planeja encaminhar um projeto de lei à Câmara Municipal na quarta-feira, 10. Esse projeto tem como objetivo autorizar o Executivo a firmar um acordo com a empresa para o repasse de um subsídio mensal, como resposta a uma ação judicial movida pela Lagunatur durante a pandemia do novo coronavírus. A proposta em discussão garante que a transportadora deverá cumprir todas as linhas previstas. Em contrapartida, o governo municipal se compromete a realizar os estudos necessários para regularizar o serviço público de transporte coletivo na cidade.
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