Na tarde desta quarta-feira (16), o prefeito de Imaruí, Patrick Correa, do partido União Brasil, adotou uma medida inusitada durante a primeira audiência de instrução da Operação Mensageiro no Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Patrick Correa impediu a imprensa de capturar imagens de seu rosto.
A solicitação para que o prefeito não fosse filmado partiu da defesa de Patrick Correa e foi dirigida à desembargadora Cinthia Beatriz da Silva Bittencourt, que presidia a audiência. De forma surpreendente, a magistrada aceitou o pedido, marcando assim um novo capítulo nessa operação de grande repercussão.
Esta atitude representa a primeira vez que um réu da Operação Mensageiro, que investiga esquemas de fraude em licitação, corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro no setor de coleta e destinação de lixo, solicita o anonimato visual durante as etapas judiciais. A operação tem desvelado detalhes sombrios de supostas práticas ilícitas envolvendo agentes públicos e empresas privadas.
Durante o depoimento de um dos agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), veio à tona uma informação intrigante. Segundo o agente, o Ministério Público Federal teria descoberto, por meio das investigações, a existência de um veículo utilizado por Patrick Correa para encontros com o mensageiro, um funcionário da empresa Serrana Engenharia apontado como um dos responsáveis pelo pagamento de propinas.
O agente relatou que, inicialmente, o prefeito Patrick teria solicitado uma propina no valor de R$ 10 mil. No entanto, as negociações teriam culminado em uma contraproposta de R$ 5 mil. Esses detalhes lançam luz sobre a complexidade das transações e acordos supostamente ilícitos que são investigados no âmbito da Operação Mensageiro.
Vale lembrar que Patrick Correa foi detido em 27 de abril deste ano, na quarta fase da operação que abalou a região da Associação dos Municípios da Região de Laguna (Amurel). Entre os prefeitos da Amurel envolvidos na operação, Patrick Correa é o único que até o momento se mantém no cargo, não tendo apresentado renúncia.
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