Animais resgatados de canil em Jaguaruna se recuperam após adoção
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Uma nova chance. Assim pode ser descrita a situação dos 48 cães encontrados em um canil clandestino em Jaguaruna, no ano passado. Um dos animais resgatados que hoje leva uma nova vida, é a Husky Siberiano que recebeu o nome de Mel.

Sabrina Ricardo Novaski, moradora de Morro da Fumaça, não mediu esforços para buscar a nova companheira depois que o canil foi descoberto, e os cães precisaram de um lar.

“Eu vi nas redes sociais que tinha este canil, que estavam doando os cães, e fui atrás para descobrir mais sobre o assunto. Eu sempre fui louca para ter um Husky Siberiano, então fiz o cadastro para a adoção. Como a Mel era uma das mais debilitadas, estava internada em Laguna, saí de Estação Cocal, em Morro da Fumaça, e fui até lá para buscar ela”, lembra.

Sabrina conta que Mel teve uma reviravolta em seu aspecto físico desde que chegou à família.

“Foi amor à primeira vista. Ela é muito carinhosa e brincalhona, e alegra o nosso dia a dia. Nunca vi um animal tão esperto e inteligente. Mudou o pelo e engordou bastante, está sendo muito amada mesmo”, completa a nova tutora. 

Entenda o caso 

Em outubro de 2021, um dos réus foi preso em flagrante pelo suposto crime de maus-tratos a animais após uma vistoria no canil clandestino feita pela Polícia Civil, com o apoio de um agente municipal sanitarista e um médico-veterinário da Cidasc, que atestaram que 48 animais estariam submetidos a intenso sofrimento físico e emocional. 

Segundo os laudos apresentados, os animais estariam em local insalubre, expostos a grande quantidade de fezes e urina e submetidos ao sol e à chuva. Alguns deles teriam apresentado quadro de anemia, fraturas ósseas, deficiência endócrina e infecções por fungos, além de infestação por pulgas e dermatite severa. Um dos animais, inclusive, teria morrido ao ser examinado, diante do grave quadro de saúde no qual se encontrava. 

A partir da vistoria, os animais ficaram no mesmo local sob os cuidados de pessoas que conviviam com o proprietário, com supervisão da Vigilância Sanitária e do Instituto do Meio Ambiente de Jaguaruna. 

Desde então, a 1ª Promotoria de Justiça de Jaguaruna buscou extrajudicialmente, junto ao Poder Público municipal e com o proprietário do canil, uma solução para o encaminhamento dos cães. Porém, diante da falta de uma solução possível e da morte de mais um cachorro, ingressou com o pedido à Justiça a fim de resguardar o direito dos animais.

Na ação penal, que continua em trâmite, o Ministério Público atribui aos réus a prática dos crimes de poluição e de maus-tratos contra os 48 animais que estavam no canil.

Por se tratar de cães, a lei prevê reclusão de dois a cinco anos, multa e proibição da guarda. Já para o crime ambiental, a pena prevista é de um a quatro anos, além de multa.

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