Saúde: moradores devem ficar atentos sobre os riscos de doenças graves no pós-chuvas
Foto: Divulgação PMT

As fortes chuvas que caíram na região durante esta semana causaram alagamento em várias cidades da região. Com isso, muitos moradores tiveram contato com a água da chuva. Períodos de inundações, enxurradas e alagamentos podem levar ao aumento da ocorrência de doenças infecciosas, sejam elas respiratórias ou de transmissão hídrica e alimentar.

Além disso, pode levar ao agravamento das doenças crônicas e de transmissão por vetores, assim como os acidentes por animais peçonhentos. Os desastres de origem hidrológica podem propagar algumas doenças facilmente em decorrência da contaminação da água e dos alimentos.

Na Amurel, Tubarão foi uma das cidades mais afetadas e diversas residências ficaram debaixo d’água. Em Laguna, Capivari de Baixo, Braço do Norte, Gravatal, Jaguaruna, Grão-Pará e São Ludgero também houve o registro de desabrigados e desalojados. Muitos já puderam retornar.

Por isso, os profissionais da área da saúde alertam para os cuidados com algumas doenças e atenção aos sintomas. No caso de qualquer sinal e sintoma, procure a unidade de saúde mais próxima de sua casa.

Confira abaixo as principais doenças que podem ser agravadas pelas chuvas:

Leptospirose

Uma das principais ocorrências epidemiológicas após as inundações é a Leptospirose, transmitida aos seres humanos pelo contato com água ou lama contaminadas pela urina de animais portadores da bactéria leptospira, principalmente roedores domésticos (ratazanas, ratos de telhado e camundongos).

Este contato ocorre durante e imediatamente após as enchentes, quando as pessoas retornam a suas residências e procedem à limpeza e remoção da lama e outros detritos. Pessoas que trabalham na limpeza de ambientes que contenham lama, entulho e esgoto devem usar botas e luvas de borracha para evitar o contato da pele com água e lama contaminadas (se isso não for possível, usar sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés).

Após as águas baixarem, deve-se proceder à limpeza da lama residual das enchentes e à desinfecção de domicílios com solução de água sanitária (hipoclorito de sódio a 2,5%), diluída em água, na proporção de 2 copos (400 mL) para 20 litros de água. Esta solução elimina a leptospira, diminuindo de maneira considerável as chances de infecção.

Os sintomas variam desde febre alta, cefaleia, náuseas e vômitos, dor atrás dos olhos, dores musculares principalmente dor na panturrilha, até quadros mais graves, podendo ocorrer icterícia.

Doenças diarreicas

A ingestão de água contaminada pode causar doenças como a cólera, diarreia, febre tifoide, hepatite tipo A, giardíase, amebíase, verminoses, entre outras. Por isso, orientamos a não consumir alimentos com cheiro, cor ou aspecto fora do normal (úmido, mofado, murcho).

Não consumir alimentos como leite, carne, peixe, frango e ovos, crus ou mal cozidos, principalmente aqueles que entraram em contato com a água de enchente. Não consumir frutas, verduras e legumes estragados ou escurecidos que entraram em contato com a água de enchente.

Dengue

Com as chuvas intensas registradas nos últimos dias, os recipientes que podem acumular água e estão no ambiente se tornam locais oportunos para a proliferação do mosquito Aedes aegypti. Por isso, é necessário que redobrem os cuidados eliminando os locais com água parada. É importante destacar que a região já registra casos de dengue e focos do mosquito.

Os sintomas da dengue são: febre, cefaleia, mialgias, dores nas articulações, dor retro-orbital (dor atrás dos olhos), náuseas, vômitos e manchas vermelhas na pele, dor abdominal contínua, vômitos persistentes.

Tétano

As inundações propiciam a ocorrência de acidentes com ferimentos, levando ao aumento do risco de contaminação pelo bacilo do tétano, o qual está presente na natureza, no solo, na poeira e nas fezes de alguns animais.

A orientação é que todas as pessoas (crianças e adultos) que, ao sofrerem ferimentos, recebam avaliação clínica por profissionais de saúde para que receba os cuidados necessários de limpeza e antissepsia.

Verifique a situação vacinal contra o tétano, procure a sala de vacina mais próxima, não deixe para depois.